Sintomas e tratamento de gordura no fígado!
Saiba mais sobre a gordura no fígado, seu impacto em crianças e adolescentes, e veja como é feito o diagnóstico, prevenção e tratamento da doença!
Uma condição que é cada vez mais comum entre crianças e adolescentes, a gordura no fígado traz grandes riscos para a saúde metabólica dos jovens.
Também chamada de esteatose hepática, essa doença pode ser causada por diversos fatores, envolvendo obesidade, sedentarismo e dietas inadequadas, levando a complicações sérias se ela não for diagnosticada e tratada a tempo.
Neste artigo, vamos falar mais sobre a gordura no fígado em crianças e adolescentes, seus principais sintomas e explicar como é feito o diagnóstico, prevenção e o tratamento da doença em casos moderados e graves. Confira!
O que é a gordura no fígado?
A esteatose hepática, mais conhecida como gordura no fígado, é uma condição caracterizada pelo acúmulo de gordura nas células hepáticas, mais especificamente quando mais de 5% do fígado é composto por gordura.
Essa doença é classificada em dois tipos principais: a esteatose hepática alcoólica, causada pelo consumo excessivo de álcool, e a não alcoólica (NAFLD), que está associada a fatores como obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão e sedentarismo.
Tipos de gordura no fígado
Esteatose Hepática Alcoólica: é causada pelo consumo excessivo de álcool, que leva ao acúmulo de gordura nas células do fígado. O consumo de bebidas alcoólicas pode resultar em inflamação e danos ao fígado, podendo evoluir para hepatite gordurosa, cirrose e até câncer hepático se não for tratado.
Esteatose Hepática Não Alcoólica (NAFLD): tipo mais comum da doença, que está associado a fatores como obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão e sedentarismo. Ela pode ser subdividida em três níveis de gravidade:
- Grau 1 (Leve): afeta cerca de 30% das células do fígado com um leve acúmulo de gordura;
- Grau 2 (Moderada): afeta até 60% das células, indicando um acúmulo moderado de gordura;
- Grau 3 (Acentuada): grande acúmulo de gordura, frequentemente associado à obesidade, com um risco elevado de complicações graves.
Qual o impacto para crianças e adolescentes?
A gordura no fígado tem um sério impacto na saúde de crianças e adolescentes, tornando-se cada vez mais comum entre os jovens, principalmente pelo aumento da obesidade e de estilos de vida sedentários.
A presença de gordura no fígado leva a complicações diversas, como: inflamação do fígado, cirrose e, em casos extremos, câncer hepático, incluindo sintomas de fadiga, dor abdominal e aumento do volume abdominal em estágios mais avançados.
A gordura no fígado se desenvolve principalmente por fatores que incluem a obesidade, diabetes tipo 2 e resistência à insulina, além de hábitos alimentares inadequados e a falta de atividade física. Além disso, condições como síndrome do ovário policístico e apneia do sono também podem potencializar o risco da doença.
Dados sobre o impacto dessa condição na população infantil
A gordura no fígado tem se tornado uma preocupação crescente na população infantil, com pesquisas que afirmam que a condição afeta aproximadamente 1 em cada 10 crianças, dobrando sua prevalência nas últimas duas décadas.
Nessa linha, destacamos que a obesidade é o principal fator de risco para a gordura no fígado em crianças e adolescentes, sendo frequentemente associada a diabetes tipo 2, resistência à insulina e níveis elevados de colesterol e triglicerídeos.
Assim, vale destacar que crianças com sobrepeso têm uma probabilidade 38% maior de desenvolver a doença.
População e faixa etária mais afetada por essa condição
A gordura no fígado afeta uma ampla faixa etária, mas é mais alarmante entre adultos e cada vez mais crescente entre crianças e adolescentes.
No Brasil, cerca de 20% a 30% da população adulta apresenta algum grau de gordura no fígado, sendo mais comum em grupos com condições como diabetes, podendo chegar a até 70% dos pacientes afetados.
Entre a população adulta, essa condição é encontrada com maior frequência (35%), entre os adultos acima de 35 anos, representando a população e faixa etária com maior incidência da gordura no fígado.
Como a gordura no fígado se desenvolve?
Listamos abaixo os principais fatores metabólicos e comportamentais que favorecem o desenvolvimento da gordura no fígado:
- Excesso de calorias: o consumo excessivo de calorias leva ao acúmulo de gordura no corpo, que é processada pelo fígado, levando as células hepáticas a armazenar gordura em vez de metabolizá-la adequadamente.
- Resistência à Insulina: quando as células do corpo não respondem corretamente à insulina, o fígado aumenta a produção de gordura a partir da glicose, contribuindo para o acúmulo lipídico.
- Alterações na Microbiota Intestinal: essa condição pode influenciar a produção de ácidos graxos e aumentar a permeabilidade intestinal, facilitando a entrada de toxinas que podem inflamar o fígado e promover o acúmulo de gordura.
- Fatores Genéticos e Hormonais: algumas pessoas podem apresentar predisposição genética para gordura no fígado, ou condições hormonais que potencializam o risco da doença, como síndrome dos ovários policísticos e hipotireoidismo.
- Sedentarismo: falta de atividade física contribui para o ganho de peso e acúmulo de gordura no fígado, impedindo que o corpo utilize as reservas de gordura acumuladas.
- Consumo de Álcool: o consumo excessivo de álcool pode levar ao acúmulo de gordura no fígado e à inflamação hepática.
- Medicamentos: corticosteróides e alguns antirretrovirais, podem contribuir para o desenvolvimento da gordura no fígado, afetando o metabolismo lipídico.
O que a pessoa com gordura no fígado sente?
Em suas fases iniciais a gordura no fígado pode ser assintomática, dificultando sua detecção precoce. À medida que a condição avança, alguns sintomas podem se manifestar, como:
- Dor no abdômen;
- Cansaço excessivo;
- Perda de apetite;
- Inchaço abdominal;
- Coceira na pele;
- Icterícia (pele e olhos com coloração amarelada);
- Fezes mais claras.
Complicações da gordura no fígado
A gordura no fígado pode trazer diversas complicações graves para a pessoa afetada com a doença, com destaque para:
- Esteato-hepatite: o acúmulo de gordura pode causar inflamação no fígado, resultando em esteato-hepatite.
- Fibrose: a inflamação pode levar à formação de tecido cicatricial (fibrose) no fígado, comprometendo a função hepática e progredindo para a cirrose.
- Cirrose Hepática: uma das complicações mais sérias da gordura no fígado, a cirrose é uma condição irreversível, onde o tecido do fígado é substituído por tecido cicatricial, resultando em perda de função hepática e complicações como hemorragias digestivas e ascite.
- Câncer de Fígado: em casos mais graves, a cirrose e a inflamação crônica podem aumentar o risco de desenvolvimento de câncer de fígado.
- Síndrome Metabólica: a gordura no fígado também pode levar à síndrome metabólica, incluindo obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão e dislipidemia, aumentando o risco de doenças cardiovasculares.
- Deterioração da Função Hepática: a gordura no fígado diminui a capacidade do fígado de realizar suas funções vitais, como metabolização de nutrientes e remoção de toxinas, levando a complicações sistêmicas graves.
O que fazer para eliminar a gordura no fígado?
Para lidar de forma saudável com a gordura no fígado, é importante adotar mudanças significativas no estilo de vida, como iniciar uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras, evitando alimentos ricos em gorduras saturadas, açúcares e carboidratos refinados.
Da mesma forma, incluir gorduras saudáveis na dieta, como as encontradas em peixes, nozes e azeite de oliva é uma boa estratégia para reduzir a gordura no fígado, principalmente quando combinada com a prática regular de exercícios aeróbicos ou de resistência, acarretando na perda gradual e sustentável de peso corporal, que também pode ter um impacto significativo na diminuição da gordura no fígado.
Em casos de condições como diabetes tipo 2 e colesterol alto, o controle dessas condições pode ajudar a prevenir o acúmulo de gordura no fígado, podendo ser necessários medicamentos específicos para gerenciar essas condições. Nos casos de esteatose hepática alcoólica, é crucial evitar completamente o consumo de álcool para prevenir danos adicionais ao fígado.
Em todos os cenários, a recomendação mais importante é realizar exames regulares para monitorar a função do fígado e ajustar o tratamento conforme necessário.
Diagnóstico, prevenção e tratamento da doença em cada caso
O diagnóstico da gordura no fígado geralmente envolve exames de imagem, como a ultrassonografia abdominal, o método mais comum para detectar a doença. Outros exames, como tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM), também podem ser utilizados.
Exames de sangue também são utilizados no diagnóstico, apontando a dosagem de enzimas hepáticas (como TGO e TGP) e bilirrubinas, que ajudam a avaliar a função do fígado, enquanto outros exames laboratoriais podem indicar inflamação ou dano hepático.
Em casos mais avançados, a biópsia pode ser realizada para avaliar a presença de fibrose ou inflamação significativa no fígado. A avaliação clínica completa pode ser feita por um hepatologista ou gastroenterologista, considerando histórico médico e fatores de risco do paciente.
Como já destacamos, a prevenção e o tratamento da gordura no fígado envolvem mudanças no estilo de vida e hábitos saudáveis, combinando alimentação equilibrada, atividade física regular, controle de peso, evitar o consumo excessivo de álcool e monitorar as condições associadas.
Conclusão
Ao longo desse texto, conhecemos mais sobre a gordura no fígado, uma doença séria que vem acometendo cada vez mais crianças e adolescentes no Brasil, além de impactar gravemente a população adulta.
Sendo causada por hábitos de vida que envolvem o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e alimentos com muita gordura e açúcar, a gordura no fígado é potencializada por casos de obesidade, resistência à insulina e diabetes tipo 2.
Apesar de ser geralmente assintomática nos primeiros estágios, à medida que a doença se agrava, a pessoa passa a lidar com sintomas que podem envolver dor no abdômen, cansaço excessivo, perda de apetite, inchaço abdominal, coceira na pele, icterícia e fezes mais claras.
A prevenção e o tratamento da gordura no fígado devem envolver mudanças reais no estilo de vida e hábitos saudáveis, combinando alimentação equilibrada, atividade física regular, controle de peso, evitar o consumo excessivo de álcool e monitorar as condições associadas.
As dicas não substituem uma consulta médica. Procure um profissional de saúde especializado para receber orientações individualizadas.
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