criança se esconde atrás de cabeceira de cama em quarto infantil, rosto com expressão assustada.

Sonambulismo infantil: como ajudar uma criança sonâmbula?

1 a 3 anos
Artigo
Abr 23, 2025
10mins

Aprenda mais sobre o sonambulismo infantil, como identificar um episódio e como ajudar o seu filho nesse distúrbio do sono.

Introdução

Você já escutou o termo sonambulismo infantil? A hora de dormir, de descansar após um intenso dia de brincadeiras e aprendizado, nem sempre é tranquila em todas as casas.

Algumas crianças apresentam distúrbios do sono que podem preocupar as famílias. Um desses casos é o sonambulismo infantil, distúrbio que atinge crianças e demanda atenção especial dos cuidadores para garantir a qualidade do sono do pequeno.

Neste texto, vamos conversar um pouco sobre o sonambulismo infantil. É comum? Qual especialista procurar? Como lidar? Por que acontece? Tire suas dúvidas e saiba como agir.

É normal a criança ser sonâmbula?

Pode ser novidade para muitos, mas o comum é que o sonambulismo apareça justamente na infância e diminua na vida adulta. Segundo pesquisa divulgada em 2015 pelo JAMA Pediatrics, a taxa de prevalência do sonambulismo nas crianças entre 2 e 13 anos é de 29,1%. Já nos adultos, essa taxa fica em 2,5%.

Isso se deve justamente pela imaturidade do sono da criança. A pesquisa aponta também que filhos de pais e mães com sonambulismo têm sete vezes mais chances do que seus pares de desenvolver o distúrbio.

O sonambulismo está diretamente ligado ao processo de desenvolvimento e maturidade do cérebro. Por isso, é comum que os episódios diminuam com o passar do tempo e cessem até os 13 anos de idade.

Faixa etária para o início do sonambulismo infantil

O sonambulismo infantil é um distúrbio do sono que afeta principalmente crianças com idades entre 4 e 12 anos. Durante o sono profundo, essas crianças podem se levantar da cama e realizar uma série de atividades automáticas, como caminhar, falar e até mesmo comer, sem ter consciência disso.

Embora o sonambulismo seja algo comum nessa faixa etária, estima-se que cerca de 15% das crianças possam experimentar episódios de sonambulismo pelo menos uma vez na vida. Normalmente, o sonambulismo infantil começa a diminuir à medida que a criança atinge a adolescência e desaparece completamente na idade adulta.

É importante ressaltar que o sonambulismo é considerado um distúrbio benigno e não costuma causar grandes preocupações médicas. 

No entanto, é fundamental que os pais tomem medidas de segurança para garantir a segurança da criança durante esses episódios, como manter o ambiente livre de objetos afiados ou perigosos, trancar portas e janelas e instalar grades nas escadas.

Compreender a faixa etária em que o sonambulismo infantil é mais comum pode ajudar os pais a lidar de maneira adequada e tranquila com esse distúrbio do sono.

Relação entre sonambulismo e faixa etária

Embora seja mais comum em crianças, esse distúrbio ainda pode afetar pessoas de todas as faixas etárias. Estudos mostram que o sonambulismo é mais prevalente em crianças entre 4 e 12 anos, devido ao fato de que o cérebro nessa fase está passando por um processo de maturação e desenvolvimento.

Conforme as crianças amadurecem e atingem a adolescência, a incidência de episódios de sonambulismo tende a diminuir. No entanto, isso não significa que o distúrbio desapareça completamente em adultos. Embora seja raro, o sonambulismo pode persistir até a idade adulta, com casos relatados em pessoas mais velhas também.

A relação entre o sonambulismo e a faixa etária é complexa e influenciada por vários fatores, como a genética, estresse, privação de sono e até mesmo o uso de certos medicamentos. 

Portanto, é importante entender que o sonambulismo não é exclusivo de uma determinada faixa etária, mas sim um distúrbio do sono que pode afetar pessoas de todas as idades.

Afinal, o que é sonambulismo infantil?

Classificado como uma parassonia, o sonambulismo aparece durante o estágio mais profundo do sono. O primeiro estágio do sono é a fase de sonolência, quando a pessoa começa a relaxar e ter os primeiros sinais de sono. Nessa etapa, é possível despertar quem está dormindo com facilidade.

No estágio 2, os músculos relaxam, a temperatura do corpo cai e se desperta com mais dificuldade. No estágio 3, o sono sai um pouco da profundidade. E no último estágio, que dura cerca de 40 minutos, o sono é bem profundo. Durante a noite, nosso sono passa por todas essas fases, como em um ciclo contínuo.

Por isso, em alguns momentos, despertamos mais rapidamente e em outros estamos com mais sensação de relaxamento. Na criança sonâmbula, esses estágios de sono ocorrem fora da ordem convencional, de forma desorganizada.

Durante os episódios de sonambulismo, a criança realiza atividades motoras sem consciência do que está fazendo. Isso acontece porque uma parte de suas funções cerebrais continuam adormecidas e ela fica no estágio de transição entre sono e vigília.

É comum que os sonâmbulos não se recordem do que fizeram durante a manifestação do transtorno. Então, não se assuste caso seu filho pareça acordado andando pela casa de madrugada, mas esteja com os olhos abertos e um “olhar vazio”. Essa é uma característica clara do sonambulismo infantil.

A criança pode realizar atividades comuns do seu dia a dia, como brincar, comer, assistir TV, tudo sem plena consciência. Ela também pode falar frases ou palavras desconexas durante o período de sono. O episódio costuma acontecer nas duas horas posteriores ao início da hora de dormir.

Sonambulismo infantil: quais são os sintomas?

Os episódios de sonambulismo infantil podem acontecer nas duas primeiras horas do sono e levam de segundos a meia hora.

A criança realizará atividades que está acostumada no dia a dia, porém sem despertar. Os olhos podem continuar abertos, mas “vazios”, sem fixar o olhar, pois ela segue dormindo. Apesar da aparência de desperta, a criança não costuma apresentar sinais durante o dia, como cansaço extremo ou dificuldade para se concentrar.

Em alguns casos, durante os episódios de sonambulismo, a criança pode sentar ou levantar na cama, falar algumas palavras que não fazem muito sentido para os pais e voltar a dormir.

Em outros, ela levanta e “perambula” pela casa. Pega objetos, muda de cômodo, liga eletrônicos. É por causa dessa possibilidade da criança andar pela casa que é preciso tomar alguns cuidados com o filho sonâmbulo.

Tipos de sonambulismo

Existem diferentes tipos de sonambulismo, cada um com suas características distintas. 

O sonambulismo de tipo confusional é caracterizado por um comportamento desorientado e confuso quando a pessoa está acordada durante um episódio.

Já o sonambulismo de tipo ambulatorial é quando a pessoa levanta da cama e realiza atividades motoras sem propósito aparente.

O sonambulismo de tipo conversativo envolve falar, responder perguntas e até mesmo manter conversas completas durante o episódio de sono.

Por fim, o sonambulismo de tipo excitativo é caracterizado por movimentos bruscos e agressivos enquanto a pessoa está dormindo.

Embora os diferentes tipos de sonambulismo possam variar em gravidade e frequência, todos eles podem causar desconforto e interferir na qualidade do sono da pessoa afetada. É importante procurar orientação médica se o sonambulismo estiver prejudicando a vida diária ou comprometendo a saúde e segurança do indivíduo.

E o que causa o sonambulismo infantil?

Muito tem sido estudado sobre as causas do sonambulismo. Além do fator hereditário, acredita-se que o sonambulismo infantil está ligado à imaturidade do cérebro.

Outros fatores podem ajudar a desencadear o sonambulismo, como estresse, alteração na rotina e horário do sono, dormir menos horas do que o esperado para a idade, febre e uso de remédios.

A falta de um ambiente adequado para o relaxamento, como com pouca luminosidade e ruídos, também podem gerar episódios de sonambulismo. A hiperestimulação com o uso excessivo de tecnologias é uma grande vilã da qualidade do sono.

Ansiedade e problemas no dia a dia também podem ajudar a piorar o sono e causar episódios como o de sonambulismo infantil. Por isso é importante acompanhar de perto a rotina do filho, conversar sobre os acontecimentos e entender os momentos que ele passa.

Fatores que contribuem para o sonambulismo infantil

Um dos principais fatores que contribuem para esse distúrbio é a predisposição genética, ou seja, crianças que têm pais ou parentes próximos que já tiveram sonambulismo têm maiores chances de desenvolverem a condição.

Além disso, questões relacionadas à qualidade e duração do sono também podem desencadear episódios de sonambulismo, como a falta de sono suficiente, horários irregulares de sono e estresse.

Outros fatores externos, como ambiente inquieto, mudanças bruscas no ambiente durante a noite ou mesmo a ingestão de certos medicamentos antes de dormir, também podem ser desencadeadores do sonambulismo infantil.

Entender esses fatores que contribuem para o sonambulismo é importante para que os pais possam adotar medidas preventivas e garantir um sono saudável e tranquilo para seus filhos.

Predisposição genética para o sonambulismo

A predisposição genética para o sonambulismo infantil é um tema de grande relevância na área da medicina, pois se trata de um distúrbio do sono que afeta principalmente crianças. 

Estudos têm demonstrado que a hereditariedade desempenha um papel significativo na manifestação desse distúrbio, pois observa-se uma maior incidência de sonambulismo em famílias onde pelo menos um dos pais já teve o problema. 

Além disso, determinados genes podem estar associados ao aumento do risco de desenvolvimento do sonambulismo infantil.

No entanto, a predisposição genética não é o único fator envolvido, uma vez que outros fatores, como a idade da criança, o estresse, a privação de sono e a história de distúrbios do sono na família, também podem contribuir para o surgimento do sonambulismo. 

Portanto, compreender a influência da predisposição genética no sonambulismo infantil é fundamental para um diagnóstico e tratamento adequados desse distúrbio do sono, proporcionando uma melhor qualidade de vida para as crianças afetadas e suas famílias.

Meu filho está tendo episódios de sonambulismo. O que fazer?

Um dos maiores cuidados que é preciso ter é com a segurança da criança. Como o episódio pode ser silencioso e os pais não despertarem, é preciso se cercar de cuidados pela casa. Portas e janelas devem estar fechadas, com a chave fora do alcance. As janelas ou qualquer outro obstáculo precisam de tela de proteção.

Tesouras, facas ou outros objetos cortantes e que ofereçam perigo devem ser mantidos trancados ou longe do alcance das crianças. É preferível que os pequenos que apresentem sinais de sonambulismo durmam em camas no chão, andares térreos e fora do beliche.

Ao contrário do que se diz no imaginário popular, não há problema em despertar uma pessoa que esteja passando por um episódio de sonambulismo. Mas como é uma ação que cessa de forma espontânea, pode-se simplesmente encaminhar a criança para seu quarto e esperar até que ela volte a dormir.

Caso prefira, a criança pode ser despertada. Contudo, é preciso fazer isso com calma, carinho e tranquilidade, pois muitas vezes o sonâmbulo pode acordar confuso ou agressivo. Dificilmente ele lembrará do que aconteceu durante o episódio.

Dicas para lidar com o sonambulismo infantil

Em primeiro lugar, é importante criar um ambiente seguro para a criança, removendo objetos perigosos ou obstáculos que possam causar acidentes durante um episódio de sonambulismo.

Além disso, é recomendável estabelecer uma rotina consistente de sono, garantindo que a criança tenha horas suficientes de sono de qualidade.

Também é importante evitar interrupções durante o sono da criança, evitando barulhos altos ou luzes brilhantes. A orientação de um médico especializado em distúrbios do sono também pode ser benéfica, pois ele poderá oferecer orientações personalizadas e opções de tratamento, se necessário.

Qual médico e tratamento para sonambulismo infantil?

Caso seu filho já tenha passado por mais de um episódio de sonambulismo infantil, a primeira conversa pode ser feita com o pediatra de segmento, que encaminhará para um médico especializado.

O neurologista costuma ser o profissional indicado para tratar casos de sonambulismo. É preciso fazer um estudo do sono para tentar entender a causa que desencadeou o transtorno. Dependendo da criança, exames como polissonografia podem ser indicados.

Em alguns casos, o sonambulismo pode ser cuidado com tratamentos paliativos, como higiene do sono ou acordar a criança um pouco antes do horário em que os episódios acontecem. Outros casos podem ter indicação de remédios específicos, como ansiolíticos. Para isso, a consulta e o acompanhamento profissional é indicado.

Sonambulismo infantil e terror noturno: qual é a diferença?

Outro transtorno do sono comum à infância, principalmente antes dos 3 anos de idade, é o terror noturno. Diferente do sonambulismo infantil, a criança não interage com a casa ou fala. O terror noturno costuma ser caracterizado por choros e gritos incessantes, no meio da noite, mas sem a criança despertar.

Pode ser acompanhado de uma grande sudorese, cara de pânico e gritos que assustam até os pais que já estão avisados sobre o distúrbio! Mesmo que os pais tentem acalmar a criança, o episódio costuma se encerrar sozinho, com a criança voltando a dormir e sem lembrar do que aconteceu.

Assim como no sonambulismo infantil, o terror noturno pode ter fim com o passar dos anos. O médico pode intervir com cuidados paliativos e orientação para as famílias, como higiene do sono, controle de ansiedade e vigilância.

Os distúrbios do sono podem assustar, mas com os cuidados certos não causam males ao desenvolvimento da criança e se resolvem com o passar dos anos e maturidade cerebral. Na dúvida, é sempre importante conversar com o pediatra que acompanha a criança e procurar um especialista.

As dicas não substituem uma consulta médica. Consulte um profissional de saúde para obter orientações individualizadas.

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