A mãe está ajoelhada checando o crescimento no filho, que está encostado na parede. Ela segura um lápis sobre a cabeça da criança para marcar a altura. O pai olha para a cena, um pouco mais distante.

Curva de crescimento infantil: entenda o que é e como estimular

Todas as etapas
Artigo
Abr 10, 2025
11mins

Entenda o que a curva de crescimento infantil diz sobre a saúde do seu filho, como interpretar e como ajudar no desenvolvimento dele.

Introdução

Começamos este texto sobre curva de crescimento infantil com um lembrete muito importante: as crianças são mais do que números. Uma avaliação integral de saúde, além de genética, pesos e medidas, precisa considerar também fatores sociais, emocionais e ambientais. É sempre importante ter em mente que cada criança tem seu próprio ritmo de desenvolvimento e que comparações mais atrapalham do que ajudam.

Aliás, esses fatores também são levados em conta no Índice de Bem-Estar do Brasileirinho (IBB). Você já conhece?

Mas, aqui, vamos nos concentrar um pouquinho na balança e na fita métrica. Desde o ultrassom e em todas as consultas ao pediatra, as crianças são medidas e pesadas (coisa que algumas, especialmente as mais novinhas, detestam, né?).

Apesar de não ser a única, nem a forma mais completa, essas medições apontam indicadores do desenvolvimento da criança que precisam ser considerados. Cada criança é única, e não existe um número ideal a ser atingido, mas sim uma margem esperada de acordo com gênero (menino ou menina) e a idade.

Por tudo isso, é importante entender o que é – e como interpretar – as curvas de crescimento infantil. Vamos nessa?

Quais são os fatores que influenciam na curva de crescimento infantil?

A altura que seu filho(a) vai ter quando chegar à idade adulta tem tudo a ver com a altura dos pais. Afinal de contas, a genética responde por cerca de 80% dos fatores de crescimento (são mais de 400 genes envolvidos nisso!).

Mas não é só isso. Outros fatores também influenciam para que a criança atinja todo o seu potencial de crescimento: nutrição, ausência de doenças crônicas, sono adequado, prática moderada de exercícios, saúde emocional, entre outros.

Relação entre crescimento físico e desenvolvimento cognitivo

Na primeira infância o crescimento físico da criança é bem acelerado e acompanha o crescimento do cérebro, relacionando diretamente o desenvolvimento físico com o cognitivo.

Ao longo do desenvolvimento infantil a curva de crescimento sofre alterações de acordo com cada criança, por isso a necessidade de um monitoramento próximo junto a um profissional, que avalia se o crescimento está acontecendo dentro do que é esperado para cada criança.

Desenvolvimento emocional e psicológico

O crescimento físico da criança está diretamente ligado com o seu desenvolvimento emocional e psicológico, mas em cada criança esse processo pode acontecer em um tempo variado.

O desenvolvimento psicológico da criança dita a sua forma de lidar com as emoções e as relações sociais e pessoais. O desenvolvimento da autoconfiança e estabilidade emocional depende de um crescimento emocional saudável e constante, em caso contrário, a criança pode apresentar problemas de socialização e um cenário psicológico que demanda acompanhamento profissional com o desenvolvimento de insegurança e ansiedade.

Genética

Os genes passados para a criança têm um papel determinante na curva de crescimento da criança, não só na altura, mas em outras características físicas ao longo do seu desenvolvimento.

Desde a estatura dos pais e outros membros da família até a regulação hormonal, desenvolvimento ósseo, muscular e dos tecidos, além do metabolismo são fatores que influenciam o crescimento e desenvolvimento da criança.

Esse é um ponto de atenção que exemplifica o motivo de crianças não terem o mesmo momento e padrão de crescimento ao longo da vida, a influência genética afeta o ritmo do desenvolvimento e o resultado do crescimento de cada criança de forma diferente.

Hábitos familiares e fatores socioculturais

Além da genética que foge ao controle dos pais, existem hábitos que podem impactar no crescimento da criança, principalmente no que diz respeito à alimentação saudável. Oferecer uma nutrição balanceada pode sim impactar no desenvolvimento físico (e consequentemente cognitivo) do seu filho, por isso atenção!

No desenvolvimento emocional essa importância se dá ainda mais forte, criar um ambiente seguro e amoroso para a criança vai determinar a evolução psicológica e a forma que o seu filho vai lidar com as emoções e as relações interpessoais ao longo da sua vida.

Isso também vale para o ambiente social do qual a criança faz parte, para além de casa. Os comportamentos e estilos de vida aos quais a criança é exposta podem facilitar ou dificultar o seu desenvolvimento físico e cognitivo, dependendo da garantia ou não do acesso a fatores indispensáveis para um crescimento saudável, tanto físico quanto emocional.

Que alimentos podem ajudar na produção do hormônio do crescimento?

É importante compreender que os alimentos podem ajudar a otimizar a produção do hormônio do crescimento, mas isso não é uma questão determinante para cada pessoa, outros fatores como a genética podem impactar no papel dos alimentos para cada organismo.

Alimentos ricos em proteínas, como carne magra, peixe, ovos, laticínios e alimentos ricos em aminoácidos, podem auxiliar na produção do hormônio do crescimento. Mas os alimentos sozinhos não conseguem fazer muita coisa, eles são potencializados com a construção de hábitos saudáveis em geral, envolvendo também a qualidade de sono e exercícios físicos.

O papel da hidratação no crescimento infantil

A hidratação é essencial para o desenvolvimento completo da criança em fatores diversos, em relação ao crescimento, a ingestão de líquidos permite que o organismo funcione da melhor forma, transportando corretamente os nutrientes e eliminando toxinas.

Além de garantir o bom funcionamento do organismo da criança, a hidratação atua também no desenvolvimento dos ossos, músculos e sistema nervoso do seu filho, contribuindo diretamente para o crescimento saudável da criança.

O que são os gráficos e a curva de crescimento infantil?

Apesar de não ser a única ou melhor forma de avaliar o desenvolvimento infantil, o acompanhamento da curva de crescimento é uma forma fácil e eficiente de sinalizar a necessidade de uma avaliação mais aprofundada e integral das crianças. Então, vamos entender melhor como interpretar esses gráficos?

A cada consulta com pediatra, os resultados das medições são anotados como pontinhos em gráficos de crescimento na caderneta de saúde que cada menino ou menina recebe quando nasce.

As margens de “normalidade” que vimos na caderneta são determinadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O órgão considera amostras da população de vários países, não diferenciando etnia, situação socioeconômica ou tipo de alimentação.

Para consultar a média de peso, altura e IMC* por idade, listamos os links dos gráficos da OMS traduzidos pelo Ministério da Saúde. O IMC é o Índice de Massa Corporal, resultado do cálculo peso/altura².

Como acompanhar as curvas de crescimento do seu filho?

Os pais podem acompanhar e interpretar as curvas de crescimento comparando as medidas da criança com os índices considerados normais para cada idade, em gráficos que avaliam critérios que envolvem estatura e peso.

Além desses critérios, é importante os pais ficarem atentos para pontos como o aumento do perímetro cefálico, a ingestão alimentar, a qualidade do sono e o desenvolvimento motor, para uma compreensão mais completa do crescimento do seu filho.

Manter consultas regulares com o pediatra

Ressaltar a importância de manter consultas regulares com o pediatra nunca é demais para os pais. O momento ideal de acompanhar o desenvolvimento do seu filho é ao lado desses profissionais, que identificam possíveis problemas e orientam os pais da forma mais adequada para cada situação.

Durante a consulta com o pediatra, fique atento a mudanças rápidas na curva de crescimento que podem indicar problemas relativos à estatura ou peso da criança que precisam ser acompanhados.

Dependendo do desenvolvimento de cada criança, os pediatras podem solicitar exames e testes específicos para observar questões como a idade óssea da criança, comparando os dados com a idade cronológica da criança para verificar se está tudo dentro do esperado.

Qual é a altura média para cada idade?

É considerada a altura média de cada idade aquela marcada na linha central das curvas de crescimento. Por isso, é importante saber interpretar esses gráficos.

Como interpretar os gráficos e a curva de crescimento infantil?

Para esse exemplo de interpretação do gráfico da curva de crescimento infantil, vamos considerar o gráfico de altura das meninas, mas o método de leitura vale para todos.

A cada medição, um pontinho é marcado no cruzamento da linha vertical (que sinaliza a idade) com a horizontal (que representa a altura que a criança está medindo). A linha verde representa a mediana, enquanto as linhas vermelhas marcam os desvios esperados.

Por exemplo, a média de altura de meninas de 4 anos no mundo inteiro é de 103 cm. Mas qualquer valor entre 95 e 112 cm está dentro da margem esperada. Se estiver abaixo ou acima (perto das linhas pretas), o caso será avaliado pelo pediatra levando em conta vários fatores, como: genética da família, nutrição e possíveis questões hormonais.

Mais importante que o pontinho exato no momento da medição, é a curva que se forma pela união dos pontinhos, que indica o ritmo de crescimento. O ideal é que ela corra paralela com a linha verde, variando para cima ou para baixo, entre os limites das linhas vermelhas.

Estatura-alvo: qual vai ser a altura do meu filho?

Você sabia? A estatura dos pais é um bom parâmetro para entender em que parte do gráfico (ou percentil) a criança tende a se posicionar. Para isso, existe uma fórmula matemática que permite até prever aproximadamente a altura do filho quando adulto. É a chamada estatura-alvo.

Meninas = Altura da Mãe (cm) + (Altura do Pai (cm) – 13) /2
Meninos = Altura da Mãe (cm) + (Altura do Pai (cm) + 13) /2
Considera-se normal uma variação de mais ou menos 5 centímetros.
Por exemplo: se uma menina tem uma mãe com altura de 160 cm e um pai com altura de 179 cm, a altura-alvo estimada para ela será de 163 cm, com uma variação entre 158 a 168 cm. No caso de um menino com os mesmos pais, a estatura-alvo é 176 cm, podendo variar de 171 a 181 cm.
fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria

Velocidade ou ritmo de crescimento das crianças: entenda

Sempre repetimos: cada criança tem seu ritmo. E crianças de idades diferentes crescem em ritmos muito diferentes.

Dessa forma, a velocidade de crescimento é a quantidade de centímetros que a criança cresce por ano. No primeiro ano de vida podem ganhar 25 centímetros, mas depois dos 3 anos essa taxa reduz um pouco até chegar o estirão da puberdade.

Média de velocidade de crescimento de acordo com a idade da criança

0 a 1 ano: 25 centímetros por ano.
1 ano a 3 anos: 12,5 centímetros por ano.
3 anos até a puberdade: 5 a 7 centímetros por ano.
puberdade meninas: 8 a 10 centímetros ao ano.
puberdade meninos: 10 a 12 centímetros ao ano.
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria

Qual é a idade em que se cresce mais?

É durante o primeiro ano de vida em que a criança cresce mais em menos tempo. A Sociedade Brasileira de Pediatria aponta que, nessa fase, o bebê chega a crescer cerca de 25 cm em 12 meses. Depois disso, o ritmo de crescimento entre meninos e meninas muda: o “estirão” das meninas pode ocorrer entre os 11 e 12 anos, enquanto o dos meninos, entre os 13 e 14.

Quais alterações da curva de crescimento infantil são preocupantes?

“Meu filho não cresce e não engorda!” Essa é uma preocupação bem comum entre os pais. Se esse é o caso do seu filho(a), calma!

Números acima ou abaixo dessa margem não necessariamente significam problemas de saúde ou de desenvolvimento. Todavia, servem de sinal de alerta para uma investigação mais integral sobre a saúde da criança, considerando outros fatores também.

Se a dúvida bater por aí, vale consultar um médico pediatra, seja para acalmar o coração, seja para entender o que está acontecendo e como proceder.

Pontos de atenção para conversar com o pediatra:

  • Qualquer mudança rápida na tendência da curva (como aumento ou redução de peso súbito, atravessando uma das linhas).
  • Curva com traçado horizontal indica que a criança não está crescendo, o que também precisa de investigação.

E não estranhe se o médico pedir raio-X das mãos e punhos. Esse exame permite calcular a idade óssea da criança e por quanto tempo ela ainda deve crescer, o que pode ser decisivo na opção de tratamento.
 

Hormônio do crescimento: quando é preciso suplementar? 

Além de fatores genéticos e nutricionais, a falta ou excesso de hormônios também pode afetar a idade óssea e o ritmo de crescimento. Por exemplo: obesidade, puberdade precoce, hiperplasia adrenal congênita ou hipertireoidismo podem estar por trás de um crescimento muito acelerado.

Da mesma forma, deficiência de hormônio de crescimento, hipotireoidismo, atraso da puberdade e excesso de glicocorticoide podem ser fatores que explicam o fato de a criança ser muito menor que os coleguinhas ou que o padrão da família.

No caso da falta de hormônio, a suplementação só pode ser indicada pelo médico da criança após diagnóstico e deve ser acompanhada de perto para evitar possíveis efeitos colaterais.

Como saber se meu filho está na altura certa?

Levando em consideração a altura dos pais, acompanhando a curva de crescimento, e principalmente, consultado um pediatra. Até os 12 anos, a criança cresce naturalmente de forma mais lenta, mas acaba “esticando” com o começo da puberdade.

O que fazer para estimular o crescimento das crianças?

Apesar de cerca de 80% da altura da criança ser determinada por fatores genéticos, outras questões também interferem nesses outros 20% e ajudam a criança a crescer em todo o seu potencial. Vamos ver?

Dormir bem para crescer: não é mito!

É à noite, enquanto as crianças estão dormindo, que o corpo delas produz o hormônio do crescimento (GH). Cerca de 30 minutos após o adormecimento, com maior produção a partir das 22 horas até às seis da manhã. Por isso, é muito importante investir numa rotina de sono!

Vegetais, carboidratos e proteínas

Uma alimentação equilibrada fornece os nutrientes necessários para o crescimento saudável e previne a obesidade infantil.

Geralmente, a criança que está obesa cresce até mais que o esperado, porque acaba tendo um avanço na idade óssea. Isso não a tornará um adulto mais alto do que o seu potencial genético.

E não esqueça as atividades físicas

Brincar bastante ao ar livre já é suficiente, mas também vale incentivar os esportes preferidos da criança. E cuidado com o excesso de atividades de força e musculação, que podem diminuir o ritmo de crescimento da criança.

Os gráficos de crescimento não são a única questão a ser avaliada para definir o estado de saúde geral da criança. Por isso, é importante que as crianças tenham acompanhamento regular com pediatra.

O IBB (Índice de Bem-Estar do Brasileirinho) também é um super aliado na avaliação da saúde e do desenvolvimento integral. Ele é uma ferramenta desenvolvida pela Nestlé, que ajuda profissionais de saúde, mães, pais e cuidadores a olharem a criança como um todo.

As dicas não substituem uma consulta médica. Consulte um profissional de saúde para obter orientações individualizadas.

Avaliações

0

0 avaliações

Classificação

  • 5 star
    0
  • 4 star
    0
  • 3 star
    0
  • 2 star
    0
  • 1 star
    0

Faça Parte do

  Faça Parte do

Tenha acesso aos benefícios!

Descontos

Parcerias

Opções exclusivas para você e seu bebê! Confira nossos parceiros!

Conteúdos

Conteúdos e Ferramentas

Conteúdos especiais e Ferramentas interativas para te apoiar em toda a jornada!

Informação

Teste Grátis Kinedu

Acesse conteúdos sobre o desenvolvimento do seu pequeno no aplicativo Kinedu!

Especialistas

Especialistas

Tire suas dúvidas com um especialista preparado para te atender!