
Sua criança completou um ano? Preparar, explorar, descobrir!
A criança de um ano: saiba o que esperar e como estimular os primeiros passos, as primeiras palavras, a boa alimentação e outras tantas descobertas.
Introdução
Um ano se passou desde o dia que vocês se viram pela primeira vez. Passa um filme na cabeça, né? Aquele pequenino, antes tão frágil, está batendo palminhas para festejar – e para parabenizar vocês, mãe e pai! Em meio a tantas dúvidas e inseguranças (são tantas!), vocês chegaram até aqui!
Aquele bebezinho que antes engatinhava está querendo ficar mais tempo em pé e ensaiando os primeiros passinhos; quer ficar menos tempo no colo, quer explorar o mundo. Novas inseguranças começam a surgir. “Ai, vai cair, vai machucar!”. Provavelmente, sim. Possivelmente, muito! Sabemos, mas dói na gente!
De repente, ele consegue encaixar a peça do brinquedo no lugar certo. De tanto tentar, ele conseguiu. E você também! Aos poucos, de tanto tentar, as coisas se encaixam na nova rotina de mãe e pai. Não foi nada fácil, mas seu filho(a) completou um ano, e a aventura está apenas começando!
Quer ver o que esperar daqui pra frente? Neste artigo, vamos falar sobre:
- O desenvolvimento da criança de 1 ano
- Os primeiros passos
- A alimentação da criança
- O desenvolvimento da fala do bebê
O desenvolvimento da criança de 1 ano
Prepare-se para muitas transformações e aprendizados junto com ela!
Ao longo desse período, é esperado que ela comece a andar, falar as primeiras palavras, montar torres, levar um brinquedo de um lugar para outro, comer segurando a colher, entre muitas outras descobertas.
Mas calma: nada é de uma hora para outra, e cada criança pode apresentar ritmos diferentes.
Nesta fase, a criança ainda está na fase sensório-motora, segundo as fases de desenvolvimento descritas por Jean Piaget. É quando o aprendizado se dá exclusivamente pela experiência, testando, explorando e, sim, fazendo a maior bagunça!
Desenvolvimento físico na época do aniversário de 1 ano:
Peso médio: 7,7 a 12 kg
Altura: 71 a 80,5 cm
Horas de sono necessárias: 11 a 14 horas (inclui cochilos)
Pezinhos livres para os primeiros passos!
Entre os 12 e 18 meses de idade, a maioria das crianças começa a dar aqueles primeiros passos cambaleantes. Existe coisa mais fofa? Dos 18 aos 24 meses, elas já conseguem descer e subir degraus baixos, desviar de obstáculos e caminhar segurando objetos nas mãos.
Segurar a nossa ansiedade é um desafio quase do mesmo tamanho. Haja equilíbrio!
Aqui vale um lembrete: a Sociedade Brasileira de Pediatria não recomenda o uso de andadores, pois eles atrapalham o desenvolvimento natural da musculatura, além de oferecer maior risco de acidentes. Em vez disso, reunimos cinco dicas bem simples de como o ambiente pode ajudar nesse processo, sem acelerar:
1 - Se a sua casa tem muito espaço entre os móveis, que tal colocar cadeiras ou pufes que funcionem como pequenas ilhas de apoio nos primeiros dias.
2 - Se, ao contrário, tem muitos pontos para a criança andar se segurando, vale aumentar os espaços para estimulá-la a soltar as mãozinhas.
3 - Respire fundo: tombos acontecem! Se os adultos à volta estão calmos, a criança vai ficar mais segura para seguir tentando. Para quedas comuns, veja se ela levanta sozinha antes de ajudá-la de imediato.
4 - Manter as quinas de móveis protegidos com espuma ajuda a passar tranquilidade para os próprios adultos envolvidos.
5 - Deixar a criança descalça é uma ótima ideia! Ela vai aprender a usar os dedos, a sola e o calcanhar e desenvolver a musculatura dos pés da melhor forma. Se estiver frio, vale apostar em meias antiderrapantes ou sapatinhos de sola macia. Quando ela estiver com a pisada mais firme, já pode começar a desfilar seu estilo com sapatos nas pracinhas 😎.
Habilidades motoras
O desenvolvimento motor nesta idade é caracterizado pelo aperfeiçoamento dos movimentos grossos e finos. A criança começa a rolar, sentar-se sem apoio, engatinhar e até mesmo dar os primeiros passinhos. Esses avanços requerem um aprimoramento da coordenação motora, pois os músculos e articulações estão se fortalecendo. O equilíbrio também é um desafio, pois a criança está se acostumando com a posição vertical.
No que diz respeito aos movimentos finos, o bebê de um ano começa a pegar objetos pequenos com mais precisão, utilizando o polegar e o indicador. Ele também descobre a capacidade de empilhar e manipular brinquedos. Essa melhora na coordenação motora das mãos é essencial para o desenvolvimento posterior das habilidades de escrita e leitura.
A experiência escolar pode desempenhar um papel importante no aprimoramento das habilidades motoras da criança de um ano. A criança tem a oportunidade de experimentar diferentes atividades e jogos que estimulam a movimentação e a coordenação. Brincadeiras ao ar livre, como correr, pular e chutar uma bola, também oferecem desafios motores importantes para o desenvolvimento físico da criança.
Engatinhar e ficar em pé
Aos doze meses de idade, a maioria dos bebês já adquiriu força muscular suficiente para começar a experimentar essas habilidades.
O engatinhar é uma etapa crucial no desenvolvimento motor de um bebê, pois ajuda a fortalecer os músculos das pernas, braços e tronco, além de desenvolver a coordenação motora. Inicialmente, o bebê pode começar a engatinhar com movimentos arrastados, utilizando a barriga para se impulsionar. Com o tempo, eles vão ganhando confiança e melhorando sua técnica, utilizando os joelhos e as mãos para se deslocarem. Esse processo é fundamental para o bebê explorar o ambiente ao seu redor e desenvolver habilidades táteis e de percepção espacial.
Depois de dominar o engatinhar, o bebê começará a mostrar interesse em ficar em pé e se apoiar em móveis, como sofás ou berços. Esse é um marco importante, pois mostra que o bebê está desenvolvendo força nas pernas e melhorando seu equilíbrio. Eles podem começar a fazer alguns movimentos de balanço, tentando se levantar completamente. Nesta fase, é importante fornecer um ambiente seguro para que o bebê possa explorar essa nova habilidade, evitando possíveis quedas.
Andar com apoio
Andar com apoio significa que os bebês se apoiam em algum objeto, como uma cadeira, uma mesa ou até nas mãos dos pais, para conseguir se movimentar. Isso ocorre porque sua força muscular ainda não é totalmente desenvolvida para sustentar seu próprio peso corporal.
O desenvolvimento motor dos bebês de um ano é estimulado por seu ambiente e por experiências anteriores. Desde o nascimento, eles têm a oportunidade de exercitar e fortalecer seus músculos através de movimentos como rolar, engatinhar e puxar-se para cima. Esses movimentos ajudam a desenvolver a força e a coordenação necessárias para andar com apoio.
Além disso, os bebês recebem estímulo externo dos pais e/ou cuidadores, que os incentivam a dar os primeiros passos. Eles são encorajados a se levantar e se apoiar, e são guiados durante essas tentativas. Esse estímulo externo é importante para motivá-los a continuar tentando até que se sintam confiantes o suficiente para andar sozinhos.
Pegar pequenos objetos
Durante essa fase, é comum observar que os bebês estão praticando seus movimentos de pinça, usando o polegar e o indicador para agarrar objetos pequenos. Eles podem não ter ainda a destreza necessária para pegar objetos com precisão, mas estão desenvolvendo a força necessária para segurá-los.
Uma maneira de estimular essa habilidade é fornecer brinquedos adequados à idade, como blocos de encaixar, bolas pequenas e livros com páginas de pano. Esses brinquedos são projetados para serem agarrados pelas mãos pequenas dos bebês e ajudam a desenvolver sua coordenação olho-mão.
Desenvolvimento Cognitivo
No primeiro ano de vida, as crianças estão passando por várias mudanças cognitivas importantes. Elas estão começando a entender o conceito de causa e efeito, e são capazes de realizar atividades simples que envolvam testar e explorar o ambiente. Por exemplo, elas podem jogar objetos no chão para ver o que acontece e observar como eles caem e fazem barulho.
Além disso, é comum que as crianças comecem a falar algumas palavras nessa fase. Elas podem repetir palavras simples e começar a usar gestos para se comunicar. É importante ressaltar que o desenvolvimento da linguagem está fortemente relacionado ao desenvolvimento cognitivo, pois a criança precisa entender conceitos e conectar palavras com objetos e ações.
Experiências de causa e efeito
Por meio dessas experiências, as crianças começam a entender que suas ações têm consequências, o que contribui para o desenvolvimento de habilidades cognitivas essenciais, como a resolução de problemas e a tomada de decisões.
Uma maneira eficaz de implementar experiências de causa e efeito é por meio de jogos e brincadeiras sensoriais. Jogos que envolvem movimentos ou a manipulação de objetos ajudam as crianças a entender a relação entre suas ações e as reações do ambiente. Por exemplo, ao bater em um tambor, a criança percebe que o som é produzido pelo contato entre suas mãos e o instrumento.
Brincadeiras sensoriais também são ótimas para estimular experiências de causa e efeito. Permitir que as crianças explorem diferentes texturas, cores e sons, como brincar com massinha de modelar ou explorar objetos com diferentes tamanhos e formas, ajuda a desenvolver habilidades cognitivas ao incentivar a curiosidade e a descoberta.
Além disso, essas atividades proporcionam uma oportunidade para as crianças experimentarem diferentes reações do ambiente, estimulando o seu pensamento crítico e sua capacidade de aprendizado. As crianças aprendem que ações diferentes resultam em consequências diferentes, o que as ajuda a organizar e construir seu conhecimento sobre o mundo que as rodeia.
Compreender instruções simples
A criança de um ano pode começar a entender instruções simples, como "traga o brinquedo" ou "dê tchau". Essas instruções são claras e são acompanhadas por gestos simples que a criança pode imitar, facilitando a compreensão e a execução da tarefa. À medida que a criança experimenta e compreende os resultados de seguir essas instruções, ela também desenvolve habilidades motoras e cognitivas.
Estimular a compreensão das instruções simples é crucial para o desenvolvimento cognitivo da criança aos doze meses de idade. Ao seguir instruções, a criança aprimora suas habilidades de escuta, processamento de informações e atenção. Além disso, ela também adquire novos conhecimentos sobre o mundo ao seu redor, aprendendo a usar palavras e gestos específicos para comunicar suas necessidades e desejos.
A alimentação da criança de 1 ano
A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e o complementar até, no mínimo, dois anos de idade.
Mas, mesmo com o leite materno, a alimentação sólida é importante e uma preocupação constante de pais e mães, não é?
Dica número 1: não force o seu filho(a) a comer.
Com 1 ano, ele(a) já pode comer quase tudo o que a família come (mas é bom evitar frituras e alimentos com açúcar). É uma ótima oportunidade para a família toda adotar hábitos alimentares saudáveis, incluindo cereais, tubérculos, legumes, carnes, hortaliças, frutas na dieta.
Fazer refeições em família é a melhor forma de ensinar bons hábitos. A criança vai observando e, aos poucos, começa a imitar. Por isso, evite distrações e telas nesse momento. Curta cada minuto!
Nessa idade, a alimentação já pode ser apresentada em pedaços pequenos, preferencialmente sem amassar ou triturar. Assim, ajudamos a estimular a mastigação e a musculatura orofacial da criança.
Uma dica: sempre que oferecer qualquer alimento redondo, como tomate-cereja e uvas, corte no sentido do comprimento para evitar engasgos. E, claro, é fundamental ter sempre um adulto junto quando a criança estiver comendo.
Sempre que possível, deixe a criança manusear sozinha a colher e o próprio alimento. Sabemos que nem sempre dá, na correria do dia a dia, mas o aprendizado e a descoberta dessa fase compensam qualquer sujeira ou bagunça! Por volta dos dois anos, ela já vai ser capaz de comer com mais autonomia (e com um pouco menos de sujeira).
Ah, e se a criança recusar algo na primeira vez, não desanime: tente variar a forma de apresentação. Se mesmo após uma média de dez tentativas oferecendo a comida com preparos e formatos diferentes ela seguir recusando, talvez ela não goste mesmo daquele alimento. E tudo bem!
Leia também: 5 dicas para estimular as crianças a comerem mais frutas
Mamã, papá, ága… as primeiras palavras da criança
Até os 18 meses, a criança pode usar alguns monossílabos ou dissílabos (como “qué, dá, ága, não, mamã, papá, naná etc.) para se comunicar. Estimule ela a falar sempre que tentar se comunicar por gestos.
Aos poucos, até os dois anos, ela provavelmente será capaz de formular pequenas frases de 2 ou 3 palavras, ainda que com a pronúncia imperfeita.
Para ajudar nesse aprendizado, é bom conversar sempre com a criança de forma clara e correta, nomeando os objetos, ações, cores e sentimentos. Fale bastante o nome dela enquanto estiver conversando ou narrando algo. Logo, ela saberá dizer o próprio nome (do jeitinho dela, claro).
Cantar, ler histórias curtas e incentivar seu filho(a) a imitar os sons dos animais e personagens também é uma forma de desenvolver a habilidade da fala.
Brincar livre! Brincar muito!
A criança está explorando sons, sabores, texturas, percebendo relações de causa e efeito, enfim, descobrindo o mundo. A melhor forma de fazer isso é brincando.
Antes de pensar em mil brinquedos para estimular uma ou outra habilidade, lembre-se: o principal estímulo que a criança de um ano precisa é um ambiente seguro e amoroso para explorar e se desenvolver.
Vale abrir e fechar tampas de pote, encaixar peças, empilhar e derrubar latas, brincar de jogar a bola (com a mão ou com o pé), passar líquidos de um pote para outro: atividades desse tipo incentivam o planejamento (função cognitiva) e a coordenação motora.
Leia aqui: as melhores brincadeiras para crianças de 1 a 2 anos
Você pode oferecer brinquedos variados, mas não se preocupe se a criança eleger um ou dois apenas. Primeiro ela está entendendo esses. O importante é seguir apresentando, mas sem pressão para que ela use outros.
Aproveite as brincadeiras conjuntas para começar a ensinar as noções de sociabilidade, como “minha vez”, “sua vez”, mas sem esperar que ela entenda de primeira. Nessa fase, é natural que a criança tenha dificuldade em dividir as coisas.
Importância do estímulo ao desenvolvimento do bebê de 1 ano
Ao oferecer estímulos corretos, o bebê tem a oportunidade de aprimorar suas habilidades motoras, fortalecendo o controle muscular e o equilíbrio. Além disso, a criança desenvolve sua capacidade cognitiva, explorando objetos, experimentando diferentes texturas, cores e sons. Essas atividades auxiliam no desenvolvimento da coordenação motora e no estímulo da curiosidade e imaginação.
Promover interações sociais é fundamental para o bebê aprender a comunicar-se e relacionar-se com outras pessoas. Brincadeiras que envolvam jogos de imitação e trocas afetivas, por exemplo, estimulam a linguagem, a capacidade de expressão e a empatia.
Alguns marcos de desenvolvimento que podem ser estimulados no bebê de 1 ano incluem o engatinhar, ficar de pé e dar os primeiros passos, aperfeiçoar a linguagem, identificar objetos pelo nome e mostrar interesse em imitar gestos e expressões faciais.
Um ambiente seguro e enriquecedor também é essencial para o bebê explorar e aprender. É importante criar um espaço livre de objetos perigosos, proporcionar brinquedos adequados à idade e estimular a curiosidade da criança com estímulos visuais, auditivos e táteis.
Por fim, um recado importante: o ritmo de desenvolvimento e os interesses variam conforme a criança. Cada criança é única – e cada mãe e pai também! Cuidado com expectativas muito altas e comparações. Em caso de dúvida, converse sempre com o pediatra, combinado?
Vocês são uma família em fase de crescimento e de aprendizado. E isso é o que tem de mais bonito!
Referências
Cartilha do Desenvolvimento - 2 meses a 5 anos
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/_24327e-Cartilha_de_Desenv…
IFF/Fiocruz lança cartilhas sobre desenvolvimento infantil
https://portal.fiocruz.br/noticia/iff/fiocruz-lanca-cartilhas-sobre-des…
Cartilha do desenvolvimento do bebê - 0 a 24 meses
https://www.marilia.unesp.br/Home/Departamentos/defito/cartilha---desen…