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Amamentação na primeira hora de vida: importância e dicas

Conhecida como ‘hora dourada’, é o momento em que mãe e filho têm o primeiro contato.

8mins para ler Maio 29, 2023

 

Introdução

A amamentação proporciona uma série de benefícios ao bebê. Protege os recém-nascidos de alergias e infecções, atua diretamente no desenvolvimento do cérebro da criança e de outros órgãos do corpo.

Amamentar é um gesto de afeto, e não há ocasião mais oportuna para estimular o aleitamento do que na primeira hora de vida do bebê. Conhecida como ‘hora dourada’, é o momento em que mãe e filho têm o primeiro contato.

Neste artigo falaremos sobre o que é e qual a importância da amamentação na primeira hora de vida, e também responderemos dúvidas que muitas mamães têm a respeito da amamentação do bebê recém nascido.
 
Aproveite as dicas e tenha uma boa leitura!

O que é a hora dourada do bebê?

A hora dourada (ou ‘golden hour’) é a primeira hora após o parto. É um momento valioso em que mãe e filho têm o primeiro contato pele a pele. Isso porque o bebê estava no útero, um ambiente restrito e protegido. Agora, no colo dos pais, essa transição poderá se tornar menos impactante e mais acolhedora.

Por isso, a grande importância dessa hora se dá pelo aconchego e pelo equilíbrio de temperatura. Trata-se de uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

LEIA MAIS: O que é amamentação em livre demanda

A amamentação na primeira hora do bebê

A hora dourada também é conhecida por ser o momento mais oportuno para o estímulo ao aleitamento materno. Em entrevista ao Baby&Me Podcast, a Dra. Simone Ramos, pediatra e consultora internacional em amamentação, fala sobre a importância da amamentação na primeira hora após o parto e dos benefícios.

“O que essa hora ouro vai mudar? Ajuda a melhorar o equilíbrio da temperatura desse bebê. Quando ele vai para o colo da mãe, ele se aquece mais rápido. A hora que ele coloca a boca no peito da mãe, não necessariamente suga, mas esse momento de contato faz com que ocorra o reflexo no cérebro dessa mãe dela produzir mais precocemente e ter ejeção mais rápida desse leite materno”, explica a especialista. 

Ela também cita outros benefícios, como o fato de a amamentação diminuir o sangramento da mãe e reduzir a depressão materna.

Ao longo da entrevista, a Dra. Simone Ramos também dá dicas sobre técnicas de amamentação e orientações de postura para o bebê. Embora o aleitamento ofereça algumas dificuldades e desafios para a mãe, a pediatra ressalta a importância do conhecimento desses métodos para que a experiência seja saudável e especial para ambos.

Quando deve ser iniciada a amamentação?

De acordo com o Ministério da Saúde, a primeira mamada do bebê deve acontecer o mais rápido possível, a partir do seu nascimento, logo após sua higienização e a primeira avaliação pelo obstetra.

É comum que alguns recém-nascidos necessitem de cuidados médicos especiais, como no caso de um nascimento prematuro ou de complicações no parto. Nestes casos, a amamentação pode ser temporariamente adiada, mas assim que possível deve-se retomar o aleitamento materno, dando prioridade para que aconteça na primeira hora de vida do bebê.

A primeira mamada do bebê estabelece uma forte ligação emocional, auxilia na produção do leite materno e, através do primeiro leite produzido (colostro), fornece os nutrientes e anticorpos que o bebê precisa.

O conforto emocional também é muito importante neste momento, o contato pele a pele auxilia tanto na recuperação da mamãe quanto no desenvolvimento do bebê.

Todo recém-nascido suga logo após o parto?

Logo após o parto, o bebê geralmente fica bastante alerta, e seus reflexos de sucção e busca ficam mais fortes, pois ele procura instintivamente o contato com a mãe e a sua alimentação. 

Mesmo assim, é comum que alguns recém-nascidos não consigam sugar nas primeiras tentativas. Todos os bebês nascem com o instinto da sucção, porém, alguns precisam ser estimulados mais do que outros.

Sabemos que às vezes isso pode ser frustrante para a mamãe, porém, é muito importante insistir e oferecer o peito diversas vezes, se atentando para usar sempre a forma de pega correta da mama ao amamentar, e experimentando diferentes posições.

A pega correta da mama é feita na auréola, e não no mamilo. O bebê deve estar bem posicionado no colo ou na cama ao lado da mamãe, e com os lábios como se fosse uma “boquinha de peixe” no momento da sucção. Caso tenha dificuldade, a mamãe pode pedir orientação para a equipe médica, que pode auxiliar neste momento.

Como estimular a sucção nas primeiras mamadas?

A amamentação na primeira hora de vida, segundo a OMS, é fundamental para que o bebê desenvolva o seu reflexo de sucção. Preparamos algumas dicas que podem ajudar neste momento.

Posicionamento correto: o corpo do bebê deve estar voltado para o da mamãe, e seu rosto de frente para o seio, o que facilita a aproximação para a sucção e o contato visual.

Pele a pele: dar preferência para o contato físico fortalece o vínculo materno e estimula a liberação de hormônios que facilitam a amamentação.

Estímulo tátil: para estimular o reflexo de busca, encoste suavemente o mamilo nas bochechas ou lábios do bebê, até que ele vire a cabeça em direção ao mamilo. 

Reflexo de busca: aguarde o bebê manifestar o reflexo de busca, que é quando ele vira a cabeça em direção ao estímulo feito no seu rosto. Quando ele abrir a boca, aproxime a auréola e o mamilo, para que ele possa fazer a pega. 

Suporte do seio: a mamãe deve usar a mão para sustentar e oferecer o seio, e lembrar de oferecer toda a região próxima à auréola, e não apenas o mamilo.

Conforto: a mamãe deve estar o mais confortável possível. Pode utilizar almofadas, apoiadores para braço, e dar preferência a ambientes bem higienizados, tranquilos e silenciosos. 

Suporte à mamãe: a rede de apoio neste momento é fundamental para ajudar mamãe e bebê neste momento. Ainda na maternidade é possível pedir que a equipe médica ajude ou até ensine a forma correta do bebê mamar. Em casa, familiares podem auxiliar de várias formas, seja providenciando um ambiente confortável e tranquilo, oferecendo água e alimentos, e dando suporte emocional à mãe.

Persistência e Paciência: nem todos os bebês têm a sucção desenvolvida completamente nas primeiras mamadas, por isso é preciso ter dedicação extra. A dica é pedir auxílio e insistir na pega correta, tentando diferentes posições no momento da amamentação.

LEIA MAIS: Prematuridade - Baby&Me Podcast

E se o bebê nascer por cesariana?

Sendo no parto cesariano ou no parto normal, a prioridade é sempre promover a amamentação na primeira hora de vida do bebê, ou o quanto antes.

A amamentação no pós-parto da cesárea pode ter diferenças do parto normal. Isso porque na cesariana não há liberação suficiente de hormônios como a ocitocina e a prolactina, que são responsáveis por estimular a produção e liberação do leite materno.

Quando a cesárea é programada, o corpo da mulher não libera esses hormônios, o que dificulta mais a lactação.

A maior dificuldade na cesárea é o efeito anestésico pelo qual a mamãe passa. Leva em torno de 12 horas para que ela consiga se movimentar e se levantar, e só então conseguirá ajustar sua posição para amamentar o bebê de forma adequada.

Nestes casos, é importante o suporte de alguém da rede de apoio da mamãe, para ajudar no posicionamento do bebê nas primeiras horas, para garantir a sua nutrição e aumentar o vínculo materno.

A forma mais eficaz de estimular a amamentação na cesárea, mesmo sem poder amamentar, é através do contato pele a pele, que ajuda no aumento da produção dos hormônios.

Por quanto tempo o bebê deve ficar em contato pele a pele com sua mãe?

Segundo as diretrizes do Ministério da Saúde do Brasil, é recomendado que o bebê esteja em contato pele a pele com a mamãe pelo máximo tempo possível, principalmente durante as primeiras horas e dias de nascimento. O primeiro contato pode iniciar com a amamentação na primeira hora de vida do bebê.

Conhecido também como Método Canguru, o contato pele a pele traz vários benefícios para o bebê, a mamãe e o papai.

O ideal é que esse contato seja feito logo depois do nascimento, ainda na sala de parto ou de recuperação, caso o bebê esteja em condições estáveis de saúde. É recomendado tanto para as mamães quanto para os papais.

Alguns dos muitos benefícios do contato pele a pele:

  • Estimula a amamentação
  • Regula e estabiliza a temperatura do bebê
  • Estabiliza os batimentos cardíacos e a respiração do bebê
  • Fortalece o vínculo afetivo
  • Reduz o stress e o choro do bebê
  • Estimula o desenvolvimento cognitivo do bebê
  • Estimula o desenvolvimento emocional do bebê

LEIA MAIS: Teste da linguinha: saiba por que ele é tão importante

Por quanto tempo o bebê deve ficar em contato pele a pele com sua mãe?

Conclusão

Neste artigo pudemos entender como a primeira hora de vida do bebê é importante, e como o simples ato do contato pele a pele com a mamãe e a amamentação podem influenciar tão positivamente em diversos aspectos da vida da família.

A amamentação é uma forma mais acessível, completa e afetiva de cuidar do seu bebê. O leite materno fornece tudo o que ele precisa nos primeiros momentos de vida: nutrição adequada, estímulo, afeto e proteção.

Entendemos que muitas vezes é necessário ter paciência e persistência, pois, como todas as coisas na vida, trata-se de um novo aprendizado, tanto para o bebê, quanto para a mamãe e para a família. Porém, sabemos também que o esforço vale a pena.

Arriscamos dizer que a amamentação é um dos maiores laços de afeto que podemos testemunhar.

Saiba mais sobre amamentação

O Nestlé Baby&Me tem uma série de conteúdos, com orientações de especialistas da área da saúde, que tratam sobre a amamentação. Acesse já! 

As dicas não substituem uma consulta médica. Não deixe de consultar o seu profissional de saúde para obter orientações individualizadas.

Dra. Simone Silva Ramos, Pediatra e Consultora Internacional em Amamentação

Dra. Simone Silva Ramos

Pediatra e Consultora Internacional em Amamentação

  • Médica pela Universidade Federal de Goiás
  • Pediatra Coordenadora do Departamento de Aleitamento da Sociedade Goiana de Pediatria
  • Membro do Comitê Científico em Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria
  • Consultora internacional em aleitamento materno pelo IBCLC
  • Especialista em nutrição infantil pela Boston University
  • Especialista em Early Nutrition pela LMU de Munique
  • Mestranda em Health care management pela Must University
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