
Alergia alimentar infantil: conheça sintomas e tratamentos
Saiba quais são os sintomas de alergia alimentar e o que fazer para chegar a um diagnóstico adequado.
Introdução
Sabe aquela comida que simplesmente não cai bem no nosso estômago? Esse também é um problema para as crianças, e pode ser um sinal de alergia alimentar infantil. Os sintomas dessa condição variam e são muitas vezes confundidos com incômodos isolados. Afinal, como podemos perceber sinais de que algo na alimentação está errado?
Inicialmente, os sintomas podem passar sem alarde. Lucas e Clarissa não desconfiavam de alergia alimentar. Pais de primeira viagem, achavam que era coisa normal de bebê aquele cocô sempre pastoso, a irritabilidade da Maria Rosa e as assaduras constantes. O muco nasal, também insistente, era atribuído ao clima instável no Rio Grande do Sul.
Mas, pouco antes da filha Maria Rosa completar dois anos, veio o diagnóstico: alergia alimentar. Junto da revelação, algumas mudanças na rotina foram necessárias. A seguir, você conhece a história dessa família e entende mais sobre os diferentes tipos de alergia a alimentos.
Descobrindo a alergia alimentar
Quem alertou os pais foi a educadora da escolinha, ela também mãe de uma criança alérgica, que apresentava os mesmos sintomas.Lucas e Clarissa levaram Maria Rosa a uma médica gastroenterologista pediátrica. Depois de muitas perguntas, testes e novas consultas, o diagnóstico: alergia à proteína do leite e da soja.
A sensibilidade da menina se manifestava a qualquer traço de contaminação cruzada (contato indireto a partir de utensílios de cozinha). “Ela tinha que ter seus próprios talheres, até a esponja de lavar louça era separada. A gente se viu tendo que cozinhar de uma forma muito diferente”, conta Lucas.
Lidando com a alergia alimentar em casa
Ler ingredientes com atenção, contatar fabricantes, preparar marmitinhas especiais para cada refeição fora de casa se tornou parte da rotina da família. Retirando traços desses ingredientes da alimentação, Rosa ficou muito mais calma, com fezes normais e sem muco. Valia o esforço e mesmo aguentava os olhos virados de quem não entendia a situação ou achava “frescura”.
Hoje com sete anos de idade, quando ocorre algum contato indireto com derivados de leite ou de soja, os efeitos costumam ser mais leves do que no início, mas ainda ocorrem. Na última Páscoa, o pai comprou biscoitinhos de uma loja de produtos especiais. Lendo os ingredientes estava tudo certo, mas causou uma diarreia forte na menina. "Entrei em contato com a empresa, me passaram a marca de cada ingrediente. O óleo de girassol era de um fabricante em que há contaminação cruzada com o de soja”, lembra Lucas.
“Hoje ela tira de letra, e a gente também já encara de forma mais leve. Ela está consciente, mas como era uma situação especial, tinha o coelhinho, acaba tendo expectativas”, explica o pai.
Lucas Luz, Clarissa Hassdenteufel e Maria Rosa não estão sozinhos nessa. Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), estima-se que o problema atinja de 6 a 8% das crianças no mundo.
Entre os adultos, o número é menor: em torno de 2 a 3%. Mas, muitas vezes, a alergia dos pequenos acaba tendo que modificar os hábitos alimentares da família toda – principalmente das mães que amamentam.
Nem sempre é fácil identificar o causador da alergia alimentar, já que ela pode se manifestar de diferentes formas. Vamos entender um pouco mais? Neste texto, você vai ver:
- O que é alergia alimentar infantil?
- Alergia alimentar infantil: sintoma
- O que é APLV – alergia à proteína do leite da vaca
- Quais são os tipos de alergia alimentar infantil?
- Alergia alimentar infantil: como é feito o diagnóstico?
- Quais são os maiores alimentos causadores da alergia alimentar infantil?
- Alergia alimentar infantil demora quanto tempo para sumir?
- Como saber se a criança tem alergia a algum alimento?
- Como tratar a alergia alimentar infantil?
O que é alergia alimentar infantil?
A alergia alimentar infantil, assim como qualquer alergia alimentar, é uma reação que ocorre quando o sistema imunológico percebe alguma substância do alimento como um agente estranho e passa a atacá-lo como inimigo.
Entre os adultos, os alimentos mais identificados como alérgicos são amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar.
Alergia alimentar infantil: sintomas
Existem algumas reações alérgicas que provocam sintomas leves, como uma simples coceira nos lábios, enquanto outras mais graves podem atacar diversos órgãos.
Dessa forma, os sintomas mais comuns da alergia alimentar infantil são:
- Na pele: lesões avermelhadas, inchaço, coceira, eczemas (inflamações na pele com formação de bolhas e feridas).
- No aparelho gastrointestinal: diarreia, dor abdominal e vômitos. Nas crianças pequenas, podem ocorrer assaduras persistentes e perda de sangue nas fezes, o que pode levar à anemia e ao atraso do crescimento.
- No aparelho respiratório: coceira e sensação de garganta fechando. Além disso, também há a presença de tosse seca irritativa, sensação de aperto torácico, crises de espirro e intensa congestão nasal.
Cuidado com a anafilaxia
Esse sintoma de alergia alimentar infantil é mais grave do que os demais. A anafilaxia é uma reação súbita envolvendo vários órgãos ao mesmo tempo, podendo causar:
- coceira generalizada
- inchaços
- tosse
- rouquidão
- diarreia
- dor de barriga
- vômitos
- aperto no peito com queda de pressão arterial
- arritmia cardíaca
- colapso vascular ou choque anafilático
Quando há esse conjunto de sintomas é urgente buscar socorro hospitalar imediato por haver risco de morte.
O que é APLV – alergia à proteína do leite da vaca
A alergia a leite é o tipo de alergia mais comum entre as crianças, especialmente entre o primeiro e o terceiro ano de vida. Não confunda intolerância à lactose com alergia ao leite:
A intolerância à lactose é a dificuldade de digerir esse açúcar natural do leite e um desconforto abdominal que pode ser resolvido com produtos das linhas zero lactose.
Já a APLV é a reação do sistema imunológico às proteínas do leite, principalmente à caseína e às proteínas do soro. Nesses casos, o leite de vaca precisa ser retirado da dieta.
Dessa forma, os sintomas de APLV são os mesmos das outras alergias alimentares. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) , predominam relatos de vômitos, diarreia e má absorção dos nutrientes, que pode resultar em retardo do crescimento e/ou sangue nas fezes. Irritabilidade, cólica, choro intenso e recusa alimentar também podem ser percebidos.
Mas, se a alergia ao leite não for um problema para seu filho, pode oferecer a bebida sem medo.
Quais são os tipos de alergia alimentar infantil?
Alergias alimentares são ocasionadas quando a criança ingere um alimento e o corpo passa a produzir anticorpos para proteínas contidas neste alimento. Uma reação alérgica grave, com dificuldade de respirar, com risco de choque anafilático ou consequências mais graves são raras.
Felizmente, a maioria das reações alérgicas é mais leve, com sintomas que podem incluir urticária e outras erupções cutâneas, manchas vermelhas, diarreia, vômitos, coriza e chiado no peito. Aqui é importante conversar com o pediatra e não confundir alergias alimentares, que podem ser um quadro momentâneo com intolerâncias que, em geral, precisam de tratamento ao longo da vida.
Alergia alimentar infantil: como é feito o diagnóstico?
Assim como em casos de APLV, o médico poderá sugerir o teste de provocação oral, bastante importante para confirmar o diagnóstico.
O procedimento deve ser realizado na presença do médico, em ambiente hospitalar ou ambulatorial. Assim, se a criança apresentar alguma reação, poderá ser imediatamente medicada. Além disso, apenas o profissional de saúde sabe identificar adequadamente os sintomas. A internet tem muitas informações ricas, mas o pediatra deve ser acionado.
Os sintomas de alergia alimentar podem surgir poucos minutos até algumas horas do contato com a proteína alergênica, podendo ser notados sinais e sintomas que envolvem a pele, sistema digestivo e, em alguns casos, sistema respiratório. Para qualquer um desses casos, o médico deve ser procurado e o teste realizado. Listamos alguns sintomas que podem indicar alergia alimentar:
- Manchas avermelhadas, inchadas e espalhadas pelo corpo
- Coceira generalizada
- Vômitos e diarreia
- Diarreia
- Pode haver sangue ou muco nas fezes, em alguns casos
- Inchaço da língua, lábios e rosto
- Tosse e chiado ao respirar
- Dificuldade para respirar
- Olhos inchados
Exame de alergia alimentar infantil
Não tem jeito, provavelmente sua criança terá de passar pelo exame de teste de provocação. Ele é, majoritariamente, utilizado em alergia ao leite, mas serve para outros grupos de alimentos.
Durante o exame, o alimento é introduzido em pequenas doses, com aumento progressivo no volume. Esse mesmo teste de provocação oral é feito após um tempo de tratamento para verificar se a criança já se curou da alergia. Quando a inserção deste alimento na dieta não causa reação, é sinal de que a cura aconteceu.
Por isso mesmo, a participação dos pais e cuidadores é fundamental, pois a criança também precisa ser observada em casa, no dia a dia.
Além do teste de provocação, poderá ser realizado o exame cutâneo (prick test). Nesse sentido, é feito expondo a pele ao possível agente alergênico. Ele é indolor, podendo causar apenas uma coceira e uma pápula (inchaço e vermelhidão no local do teste em caso positivo).Os exames de sangue indicam a presença de anticorpos IgE que desencadeiam a alergia.
Especialista em alergia alimentar infantil: como se preparar para a consulta?
Uma vez cientes de que intolerância alimentar e alergia alimentar são problemas diferentes, o diagnóstico de alergia alimentar vai depender do histórico clínico da criança, realizado após prévios exames físicos, cutâneos e hemograma completos. Estes exames devem estar associados a dados de exame físico, que podem ser complementados por testes cutâneos e hemograma completo.
Na hora da consulta, é fundamental que os pais e as crianças tenham anotado todos os detalhes do histórico clínico da ingestão de alimentos. Desde o que foi ingerido rotineiramente até aqueles que as crianças comem esporadicamente. Daí, então, o médico pode correlacionar o surgimento dos sintomas com a ingestão de determinado alimento, como o corante, por exemplo.
Outro fator importante na consulta é o teste de provocação oral.
Importância da detecção precoce
A alergia alimentar infantil é uma condição cada vez mais comum, e sua detecção precoce é de extrema importância. As alergias alimentares podem causar uma série de sintomas, que variam de leves a graves, e a identificação precoce desses sintomas é crucial para garantir a segurança e o bem-estar da criança.
Alguns dos sintomas mais comuns de alergia alimentar infantil incluem erupções cutâneas, coceira, inchaço dos lábios, língua ou garganta, vômitos, diarreia, dificuldade para respirar e, em casos mais graves, anafilaxia. É essencial observar atentamente esses sintomas após a ingestão de determinados alimentos e procurar orientação médica imediata caso ocorram.
O tratamento da alergia alimentar infantil envolve a eliminação do alimento causador da alergia da dieta da criança. Isso requer um esforço conjunto entre os pais, a escola e outras pessoas que cuidam da criança, garantindo que ela não entre em contato com o alérgeno. Em casos de reações alérgicas graves, é importante que a criança tenha sempre consigo uma injeção de adrenalina para uso de emergência.
A detecção precoce da alergia alimentar infantil é vital, pois permite que os pais tomem as medidas necessárias rapidamente para proteger a criança e evitar reações alérgicas graves. Além disso, quanto mais cedo a alergia alimentar for identificada, maior a probabilidade de que a criança desenvolva tolerância a longo prazo ao alimento alergênico.
Dicas para lidar com a criança com alergia alimentar
Lidar com uma criança com alergia alimentar requer preocupação e atenção especial para garantir sua segurança e bem-estar. Várias dicas e estratégias são importantes nesse processo.
A leitura atenta dos ingredientes é fundamental ao comprar alimentos. É necessário identificar possíveis alérgenos presentes na lista de ingredientes, evitando assim o consumo acidental da substância causadora da alergia. Além disso, é importante entrar em contato com os fabricantes para obter informações sobre a presença de alérgenos em seus produtos.
Preparar refeições especiais é outra medida crucial. Ter um cardápio adequado e seguro para a criança é essencial. É possível buscar acompanhamento nutricional para compor uma dieta equilibrada, mesmo com restrições alérgicas.
Identificar os alimentos causadores da alergia é um passo importante no tratamento. Por meio de testes de alergia, é possível determinar quais alimentos devem ser evitados. Uma vez identificados, é fundamental evitar o contato da criança com esses alimentos, seja em casa, na escola ou em outros ambientes.
Por fim, é crucial oferecer suporte emocional à criança. Lidar com uma alergia alimentar pode ser desafiador emocionalmente para a criança, por isso, é importante proporcionar um ambiente seguro e acolhedor. Mostrar compreensão e incentivo é fundamental para que a criança se sinta amparada.
Cuidado psicológico e emocional para a alergia alimentar infantil
A alergia alimentar infantil é uma condição que pode ter um impacto significativo na saúde mental e emocional das crianças. Os sintomas associados a essa condição, como erupções cutâneas, vômitos, diarreia e dificuldades respiratórias, podem causar estresse e ansiedade nas crianças. Além disso, as restrições alimentares necessárias para evitar reações alérgicas podem afetar negativamente a qualidade de vida e a rotina diária dessas crianças.
Cuidar do aspecto psicológico e emocional de crianças com alergia alimentar infantil é fundamental para garantir o bem-estar e melhorar a qualidade de vida desses pequenos pacientes. Isso envolve fornecer um ambiente de apoio e compreensão, onde as crianças se sintam seguras e acolhidas. É importante que os pais e cuidadores ajudem a criança a entender sua condição e a importância de seguir uma dieta restritiva.
O diagnóstico da alergia alimentar e as mudanças na dieta podem desencadear uma série de emoções nas crianças, como medo, frustração e isolamento. Portanto, é crucial que a família e profissionais de saúde ofereçam apoio adequado e orientação. Além disso, é fundamental procurar ajuda psicológica e emocional profissional, como terapia infantil, para ajudar a criança a lidar com as emoções associadas à sua condição.
Como educar a criança para lidar com a alergia
Em primeiro lugar, é fundamental ensiná-la sobre a importância de ler os ingredientes dos alimentos antes de consumi-los. Explique que certos alimentos podem desencadear uma reação alérgica e que a leitura cuidadosa dos rótulos pode ajudar a evitar riscos.
Além disso, incentive a criança a entrar em contato com os fabricantes de alimentos para verificar a presença de ingredientes específicos ou a possibilidade de contaminação cruzada. Ajude-a a desenvolver habilidades de comunicação e a ter confiança para fazer perguntas importantes sobre seus alimentos.
Aprender a preparar refeições especiais também é uma habilidade importante para a criança. Envolve ensiná-la a identificar alternativas seguras e a adquirir conhecimentos sobre técnicas de preparação e manipulação de alimentos para reduzir o risco de exposição a alérgenos.
Além desses aspectos práticos, é igualmente vital conscientizar a criança sobre sua condição alérgica. Explique a ela o que é uma alergia alimentar, como ela pode afetar seu corpo e por que é importante evitar certos alimentos. Ofereça apoio emocional durante situações especiais, como festas de aniversário ou saídas escolares, ajudando-a a lidar com eventuais sentimentos de exclusão ou frustração.
Quais são os maiores alimentos causadores de alergia alimentar infantil?
Entre as crianças, os alimentos mais causadores de alergia alimentar são leite de vaca, nozes, mariscos, clara de ovo, amendoim, trigo e soja. Mas a boa notícia é que a maioria delas é transitória: menos de 10% dos casos de alergia alimentar persistem até a vida adulta.
Impacto da dieta inicial no desenvolvimento de alergias
Os alimentos introduzidos nos primeiros meses de vida podem ter um impacto significativo na resposta do sistema imunológico do bebê. Estudos sugerem que a introdução de determinados alimentos, como leite de vaca, ovos, amendoim e trigo antes dos 12 meses de idade pode aumentar o risco de desenvolver alergias alimentares. Por outro lado, a introdução tardia desses alimentos pode reduzir o risco.
Certos alimentos têm sido associados a um aumento do risco de alergias alimentares em crianças. O leite de vaca, por exemplo, contém proteínas que são mais difíceis de digerir para os bebês, o que pode desencadear uma resposta alérgica. Da mesma forma, o consumo de ovos e amendoim antes dos 12 meses de idade também foi associado a um aumento do risco de alergias alimentares.
Além da dieta inicial, outros fatores de risco incluem histórico familiar de alergias, exposição às substâncias alérgenas no útero e alterações na barreira cutânea. Estudos mostram que bebês amamentados exclusivamente nos primeiros seis meses de vida têm um risco reduzido de desenvolver alergias alimentares.
É fundamental uma dieta adequada durante a infância para prevenir alergias alimentares. A introdução gradual de alimentos alergênicos, como leite de vaca, ovos, amendoim e trigo, após os 6 meses de idade, pode ajudar a desenvolver tolerância a esses alimentos. Além disso, é importante incentivar a amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida, pois o leite materno contém anticorpos que ajudam a proteger contra alergias alimentares.
Alergia alimentar infantil demora quanto tempo para sumir?
Os sintomas da alergia alimentar costumam apresentar reações instantâneas nas formas imediatas. Pode se manifestar até uma ou duas horas depois da ingestão do alimento, mas em alguns casos em questão de minutos, e ter evolução bastante acelerada – em pouco tempo os sintomas podem evoluir para a insuficiência respiratória e reações alérgicas mais graves. Nesses casos, procurar a emergência de um hospital é fundamental.Em geral, o quadro melhora entre uma semana e dez dias.
Como prevenir alergia alimentar infantil?
A forma mais eficaz de evitar episódios de alergia alimentar é seguindo as orientações do pediatra sobre a alimentação do bebê, que deve ser exclusivamente leite materno ou fórmula infantil adequada até os 6 meses, podendo ser iniciada a introdução alimentar a partir dessa idade.
Além disso, é importante que o alimento responsável pela alergia seja identificado, pois assim é possível evitar o consumo desse alimento tanto pela mãe quanto pelo bebê, caso já tenha iniciado a introdução alimentar, e, assim, evitar os sintomas de alergia.
Assim que a família souber o que é o alimento causador da alergia, deve-se ter cuidados de higiene redobrados na cozinha para evitar infecção cruzada, por exemplo, com uso de utensílios de cozinha que passaram pelo alimento que causa alergia.
Como saber se a criança tem alergia a algum alimento?
Caso a criança manifeste os sintomas de alergia alimentar infantil, é importante levá-la ao pediatra ou ao médico alergologista. Além de perguntar sobre o histórico de alimentação e sintomas, o profissional pode solicitar alguns testes ou exames.
Uma das formas de diagnosticar o APLV, por exemplo, é retirando o leite da dieta da criança (ou da alimentação da mãe, em caso de aleitamento materno) por um período para verificar se os sintomas desaparecem. Após, o leite de vaca é reinserido, com acompanhamento médico, para confirmar se há relação entre os sintomas e a ingestão de leite.
Além disso, outros testes também podem ser feitos para confirmar o diagnóstico.
- O exame cutâneo (prick test) é feito expondo a pele ao possível agente alergênico. Ele é indolor, podendo causar apenas uma coceira e uma pápula (inchaço e vermelhidão) no local do teste em caso positivo.
- Os exames de sangue indicam a presença de anticorpos IgE que desencadeiam a alergia.
Fatores de risco para o desenvolvimento de alergia alimentar infantil
Um dos principais fatores de risco é a hereditariedade. Ter pais ou parentes próximos com histórico de alergias aumenta a probabilidade de uma criança desenvolver alergia alimentar. Além disso, a exposição precoce a alimentos alergênicos também é um fator de risco, especialmente se a criança já apresentar outras alergias, como dermatite atópica.
Dentre os alimentos mais comumente causadores de alergia alimentar em crianças estão o leite de vaca, ovo, trigo, soja, amendoim, frutos do mar e nozes. A sensibilidade a esses alimentos pode variar de leve a grave, e a introdução inadequada na dieta do bebê pode aumentar o risco de alergia.
É importante ressaltar que, apesar de mais comuns na infância, algumas alergias alimentares podem desaparecer ao longo do tempo. A transitoriedade da alergia alimentar na vida adulta é observada em alguns casos, especialmente em relação à alergia ao leite de vaca e ao ovo.
Como tratar a alergia alimentar infantil?
O tratamento da alergia alimentar infantil é feito excluindo o alimento da dieta e prestando muita atenção aos rótulos de alimentos industrializados.
Além disso, é importante ter um acompanhamento médico para suprir eventuais nutrientes por substituição de alimentos ou mesmo fórmulas específicas. Como a maior parte das alergias alimentares das crianças tende a desaparecer até a adolescência, o médico pode solicitar exames periódicos até decidir pelo teste de reintrodução da substância.
Com alguns cuidados e muito carinho, sua criança (alérgica ou não), poderá crescer com saúde.
As dicas não substituem uma consulta médica. Consulte um profissional de saúde para obter orientações individualizadas.
Referências
Alergia Alimentar Abordagem prática
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/pdfs/ALERGIA_ALIMENTAR.pdf
O conhecimento de pediatras sobre alergia alimentar
https://www.scielo.br/j/rpp/a/YJLNVL8PXDwfwFxRZpjVH9t/
Alergia à Proteína do Leite de Vaca
https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/consultas/relatorios/2022/20220…
Cuidado Seguro de crianças e adolescentes com alergia alimentar no ambiente escolar
https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/597227/2/E-book%20Cuidado…
Associação Brasileira de Alergia e Imunologia
https://asbai.org.br/wp-content/uploads/2023/05/ALERGIA-ALIMENTAR-ASBAI…
Criança com alergia alimentar na escola
http://www4.planalto.gov.br/consea/publicacoes/alimentacao-infantil/gui…