Sentadas em um sofá cinza, uma mulher, usando uma blusa azul clara, abraça uma menina, que usa uma blusa branca. A menina está triste.

TOD (Transtorno Opositor Desafiador): sintomas e tratamentos

Pré-escolar a Escolar
Artigo
Abr 10, 2025
12mins

Veja tudo sobre o Transtorno Opositor Desafiador (TOD) - seus sintomas, causas e tratamentos. Aprenda como lidar com as crianças. Leia nosso guia agora!

Introdução

TOD (Transtorno Opositor Desafiador) é um transtorno que tem como principal característica o descontrole emocional, podendo se manifestar em acessos de raiva e agressividade.

Por não saberem, muitos pais podem tratar como “birra” ou teimosia, mas não é nada disso.

O TOD demanda empatia e paciência por parte das pessoas que convivem com a criança, por isso sua conscientização é muito importante para o processo.

Listamos aqui os principais sintomas da TOD, suas características, opções de tratamento e como lidar.

Confira! 👇

O que é TOD?

"Isso é birra, é coisa de criança." Nem sempre.

As crianças estão constantemente aprendendo a lidar com seus sentimentos e reagir às situações do dia a dia. Durante esse processo, é normal que apresentem alguns sinais de estresse. ☹️

No entanto, quando esses comportamentos se tornam recorrentes, pode ser um indicativo de que a criança está enfrentando algo mais delicado.

O Transtorno Opositor Desafiador (TOD) é identificado por meio de descontrole emocional, desobediência excessiva, comportamento agressivo e dificuldades cognitivas.

Basicamente, a criança não gosta de ser contrariada (daí o nome Opositor ou Opositivo), daí podem surgir muitas angústias perante os desafios diários.

Os primeiros sinais desse transtorno costumam aparecer durante a infância, especialmente na fase de aprendizado.

Qual a definição e as características gerais do TOD?

Mais comum em crianças e adolescentes, o TOD é um distúrbio comportamental, que reforça padrões de hostilidade e desobediência, em um comportamento desafiador às figuras de autoridade que convivem com o jovem, tornando-os resistentes em obedecer instruções e seguir regras.

Esse distúrbio vem também acompanhado de atitudes agressivas e impulsivas, utilizando geralmente uma linguagem ofensiva e desrespeitosa, assim como demonstrações de um temperamento que oscila rapidamente e com frequência da raiva para a calma.

Exemplos de comportamentos que podem ser causados pelo TOD

  1. Agressividade: ataques de raiva, física e verbal, desproporcionais são frequentes nas crianças com o distúrbio, mirando pessoas, animais e até objetos.
  2. Irritação: crianças com o distúrbio respondem a situações simples com impaciência e raiva, mostrando irritação em cenários cotidianos diversos.
  3. Desafio: figuras de autoridade, regras e instruções são frequentemente desafiadas pelas crianças com TOD, se irritando com qualquer forma de limite.
  4. Comportamento impulsivo: a impaciência das crianças com TOD levam a atitudes inconsequentes e precipitadas, levando ao risco para a criança e as pessoas à sua volta.
  5. Dificuldade com frustrações: se as frustrações são difíceis de lidar para qualquer um de nós, para as crianças com TOD isso se amplifica, sendo uma verdadeira luta para elas compreenderem como agir nesses cenários, levando a comportamentos de raiva.

Qual é a causa do TOD (Transtorno Opositor Desafiador)?

É difícil listar uma possível causa para o TOD, ainda mais por ele se manifestar tão cedo, ainda na infância.

Mas é importante considerar que os comportamentos manifestados são frequentemente uma resposta à frustração, raiva e pressão excessiva.

Podemos ligar o transtorno a elementos que podem contribuir para o seu desenvolvimento, como: fatores biológicos, disfunções cognitivas, desafios no ambiente familiar e experiências traumáticas.

TOD: sintomas para ficar em alerta

Como mencionamos anteriormente, é preciso ficar ligado ao que é normal no processo de amadurecimento da criança e o que não é.

Em casos de excessos, ou comportamentos muito recorrentes, talvez seja o caso de investigar.

Alguns sintomas podem ser importantes, como:

  • Acessos de raiva
  • Impaciência
  • Dificuldade em cumprir pedidos ou regras
  • Comportamento rancoroso e vingativo
  • Irritabilidade constante
  • Tenta culpar outras pessoas pelos seus erros

 Crise dos 2 anos de idade ("terrible two") ou TOD?

Apesar de ambas impactarem o desenvolvimento da criança, a crise dos 2 anos e o TOD são situações diferentes com características específicas.

A crise dos 2 anos, ou terrible two, não é um distúrbio comportamental, é uma fase pela qual toda criança está sujeita a passar, pelas grandes mudanças emocionais que o desenvolvimento traz para a criança nessa faixa etária, causando nela crises de explosões emocionais, choro intenso e birras, tudo isso com uma duração limitada.

Por outro lado, o TOD não é presente em todas as crianças, e se define como um quadro clínico, um distúrbio que persiste na vida da criança com um comportamento violento e hostil a situações diversas do cotidiano e com pessoas diferentes, desde familiares a colegas de escola.

Crise dos 9 anos de idade (rubicão) ou TOD?

Já a crise dos 9 anos acontece por ser uma fase de transição importante na vida da criança, no qual ela passa por mudanças diversas no seu desenvolvimento físico, emocional e cognitivo. Assim como na crise dos 2 anos, é comum a criança reagir com birra a situações que a chateiam, bem como desenvolver um comportamento de teimosia e desobediência em muitas situações, mas tudo isso com uma duração limitada, não é uma realidade persistente como o TOD.

Entenda como funciona o teste para diagnosticar TOD

Percebeu algum desses sintomas com certa frequência? É interessante entrar em contato com um psicólogo ou psiquiatra.

Para o diagnóstico, é necessária uma pequena investigação: 

  • Isso acontece sempre ou só de vez em quando?
  • Existe motivação ou é inesperado? 

Além disso, é importante analisar o conjunto de comportamentos e pensamentos da criança, afinal, esse transtorno pode apresentar diversos sintomas.

A prioridade é que seja investigado o quanto antes, pois ele afeta o desenvolvimento psicológico e cognitivo da criança, podendo trazer diversos prejuízos.

Identifiquei os sintomas no meu filho, e agora?

Uma vez que foram identificados sintomas de TOD na criança, é essencial que os pais busquem o acompanhamento profissional adequado, tanto de pediatras quanto na área da saúde mental para confirmar o diagnóstico através das avaliações corretas.

Com o diagnóstico confirmado, os pais e profissionais podem pensar juntos em estratégias de como lidar com os comportamentos identificados da criança, bem como buscar padrões para compreender os gatilhos e reações específicas em cada caso.

Quem pode diagnosticar e tratar o TDO?

Neurologistas infantis, psiquiatras e psicólogos clínicos são os profissionais mais indicados para realizar o diagnóstico e tratamento da criança com TDO.

Esses profissionais da saúde mental vão realizar entrevistas com os responsáveis pela criança para compreender o cenário que envolve cada caso. Junto a isso, o profissional vai trabalhar com observações constantes do comportamento da criança, podendo solicitar testes específicos em alguns casos.

Em geral, a terapia é um tratamento fortemente indicado para lidar com o TDO, envolvendo não só a criança, mas também os pais e pessoas do convívio da criança. Em casos específicos, podem ser sugeridas também medicações para sintomas determinados do TDO.

Veja alguns pontos importante sobre o TOD

Nem toda criança com TOD se comporta da mesma forma. Os traços de personalidade e padrões de sintomas podem variar conforme o nível de gravidade.

O transtorno pode ser classificado como: 

  • Suave:Com características que ocorrem apenas em um ambiente, como apenas em casa, ou na escola, ou com os amiguinhos.
  • Moderado:Características ocorrem em pelo menos duas situações.
  • Forte:Sinais podem aparecer em três ou mais ambientes 

O diagnóstico e o tratamento precoce podem evitar com que agrave o caso, evitando com que a criança apresente agressividade em mais ambientes.

TOD e autismo: quais são as diferenças?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é facilmente confundido com o TOD, por apresentarem características parecidas.

Eles são casos diferentes, mas podem estar associados. O Transtorno Opositor Desafiador pode ser uma comorbidade em casos de autismo.

Além disso, o autismo tem como uma das suas causas a genética, o que não é o caso do TOD.

As crianças desse espectro podem manifestar ao longo do desenvolvimento sintomas de oposição e desafio, devido às dificuldades na regulação emocional, baixa tolerância à frustração e inflexibilidade.

E o tratamento para ambos é parecido, sabia?

Veja as diferenças entre TOD e TDAH

Assim como no caso do autismo, o TDAH pode ser um caso genético, o que diferencia ele do TOD.

Mas esses dois transtornos apresentam mais diferenças entre si.

Enquanto uma criança com TOD exibe certos padrões comportamentais, especialmente agressividade e irritabilidade, as crianças com TDAH não têm sempre o mesmo comportamento.

TOD tem cura?

Não existe uma cura definitiva para o TOD, essa é a resposta mais direta. Mas com o tratamento correto, a compreensão dos gatilhos e reações da criança, o diálogo constante entre pais e filhos sobre o distúrbio e as formas que a criança sente as suas emoções podem diminuir os sintomas ou pelo menos permitir uma qualidade de vida maior da criança, com maior autocontrole e compreensão da sua condição ao longo do seu desenvolvimento.

Outro ponto importante de destacar é que nenhum caso de TOD é igual ao outro, cada criança vai levar o seu tempo para aprender a lidar com o distúrbio e o alívio dos sintomas pode vir em tempos diferentes para cada um de acordo com o seu contexto, por isso é importante prezar pelo tratamento desde os primeiros sinais para garantir o acompanhamento adequado para cada caso.

Qual deve ser a postura dos pais?

Sim, entendemos que é um quadro delicado.

O transtorno provoca conflitos e brigas, seja em casa, escola, ou outros ambientes de convívio da criança.

Mas o primeiro ponto é entender que não é culpa da criança.

Crianças com TOD têm dificuldade em controlar suas emoções, e acabam sendo mais reativas do que deveriam.

Rotular a criança como “briguenta, chata, malvada” pode agravar a situação, trazendo prejuízos para o seu crescimento. Cuidado com as palavras!

O exercício da compreensão e empatia por parte é crucial para aumentar o conforto da criança perante os acessos de raiva.

A importância de saber manejar as crises

Uma vez que os pais entendem as melhores formas de manejar as crises de TOD do seu filho, a criança é possibilitada a ter uma qualidade de vida melhor mesmo com o distúrbio, adquirindo até um controle maior dos seus comportamentos e emoções.

Não é fácil lidar com comportamentos agressivos e de desobediência, tanto para os pais e autoridades que lidam com a criança, quanto para os colegas e pessoas que convivem com a criança com o distúrbio. No entanto, é essencial compreender que as crises de TOD podem sim ser manejadas, aliviando o distúrbio para a criança e pessoas à sua volta.

Algumas dicas que podem ajudar a manejar as crises é adotar rotinas claras junto à criança, trabalhar sempre com reforço positivo para os seus comportamentos, bem como deixar claro os limites para a criança, ainda que ela se incomode com esse conceito.

Toda criança pode ser ajudada, o distúrbio faz parte da identidade dela e deve ser tratado com seriedade para que ela possa ter uma qualidade de vida, aprendendo a regular suas emoções, comunicar seus sentimentos e manter relações saudáveis com as pessoas do seu meio.

Identificando e nomeando sentimentos

Para identificar os sentimentos da criança com TOD os pais e responsáveis precisam estar atentos às expressões emocionais da criança e reações dela às situações diárias.

Seja raiva, medo, frustração, é importante manter um diálogo aberto com a criança sobre o que ela está sentindo para que ela compreenda melhor o que está se passando com ela em cada situação e que esse sentimento está sendo motivado por um distúrbio clínico.

Esse processo é importante tanto para a criança quanto para os pais, responsáveis e profissionais de saúde que forem lidar com a criança no seu tratamento.

Dica: Mantenha um diário comportamental da criança

Essa dica pode ajudar muitos pais e cuidadores no convívio com a criança com TOD, porque permite um acompanhamento próximo dos padrões de comportamento da criança, seus gatilhos e reações a situações específicas.

Essas informações podem ajudar também os profissionais envolvidos no tratamento da criança, na saúde e na educação, compreendendo a realidade emocional da criança e as estratégias que melhor funcionam com o seu filho no cuidado com cada reação.

TOD: como lidar?

Algumas dicas podem auxiliar no convívio social da criança, quando ela apresentar crises:

  • Atenção às palavras: Em momentos de crise, a agressividade e a punição podem tornar os conflitos ainda mais difíceis. Adote uma abordagem firme, olhando nos olhos da criança, mas com respeito. O diálogo é fundamental!
  • Elogios são bem-vindos: Nós gostamos de ser reconhecidos quando acertamos, e as crianças também! Elogie a criança de forma enfática e clara quando ela fizer uma tarefa, por exemplo. Oferecer pequenas recompensas pode incentivá-la a continuar nesse caminho.
  • Estabeleça limites: Lidar com o TOD em crianças pode ser desafiador, por isso é importante estabelecer limites claros como uma estratégia para que a criança compreenda que nem tudo é permitido.
  • Rede de apoio preparada: A família e a escola devem estar preparadas para lidar com momentos de crise. Conversem sobre o assunto e alinhem formas de reagir, para que a criança não busque apoio na pessoa mais permissiva.
  • Atenção a reatividade: As crianças têm os adultos como inspiração. Se as pessoas se tratarem com agressividade e palavras rudes no ambiente onde vivem, elas vão incorporar essas atitudes no seu comportamento. Cuidado!

Atividades para crianças com TOD

Algumas atividades podem ajudar a dispersar a irritação da criança, deixando-a calma e entretida. Vamos conferir?

  • - Correr bastante, jogar bola, dançar, tudo isso faz com que ela gaste suas energias se divertindo e se concentre nessas brincadeiras. Atividades físicas
  • - A música tem o poder de concentrar a atenção e estimular o cérebro de uma criança com TOD, sem contar que é muito divertido. Ela pode cantar, ouvir, tocar um instrumento, como a sua imaginação mandar! Música
  • Arte- Pinturas, desenhos e brincadeiras com massinha de modelar são boas opções. Além de também ajudarem na concentração, podem até despertar um novo hobby.
  • - Cuidar de um pet ajuda a aliviar o estresse e ansiedade das crianças. Caso não tenham restrições, que tal brincar com um, ou até mesmo adotar? Animais

Conheça alguns tratamentos para crianças com TOD

O tratamento efetivo para crianças com TOD envolve uma abordagem multimodal, que pode incluir o uso de medicamentos e terapia comportamental.

Além de intervenções de treinamento de habilidades sociais e ajustes no ambiente escolar ou doméstico.

Vamos entender como é?

Terapia comportamental

A terapia comportamental é uma abordagem efetiva para o tratamento do TOD em crianças.

Ela envolve técnicas de reforço positivo para melhorar o comportamento, treinamento em habilidades sociais para auxiliar as crianças a se comunicarem de maneira mais eficaz com os outros.

Além disso, estimula o uso de estratégias para manejo comportamental, que ajudam as crianças a controlarem seus impulsos.

Intervenções de treinamento em habilidades sociais

O treinamento em habilidades sociais pode auxiliar as crianças com TOD a aprimorarem sua capacidade de se relacionar com outras pessoas e lidar com situações sociais desafiadoras.

Isso inclui técnicas como aprender a lidar com as emoções, desenvolver habilidades de resolução de conflitos e melhorar as habilidades de comunicação.

Terapia familiar

A terapia familiar pode ser benéfica para auxiliar os pais e outros cuidadores a compreenderem e lidarem com os desafios comportamentais das crianças com TOD.

Isso inclui ajudar os pais a aprenderem técnicas de manejo comportamental e oferecer suporte emocional.

Também é importante auxiliar as crianças a estabelecerem relacionamentos saudáveis com sua família e amigos.

Terapia individual

Além da terapia comportamental, as crianças com TOD também podem se beneficiar da terapia individual.

Ela pode auxiliá-las a lidar com questões emocionais e comportamentais relacionadas aos seus transtornos.

O Transtorno Opositor Desafiador pode parecer difícil, mas quando há um ambiente com bastante empatia, carinho e amor, a criança se sente mais confortável e acolhida.

As dicas não substituem uma consulta médica. Consulte um profissional de saúde para obter orientações individualizadas.

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