
TOD (Transtorno Opositor Desafiador): sintomas e tratamentos
Veja tudo sobre o Transtorno Opositor Desafiador (TOD) - seus sintomas, causas e tratamentos. Aprenda como lidar com as crianças. Leia nosso guia agora!
- O que é TOD?
- Qual a definição e as características gerais do transtorno opositor desafiador?
- Exemplos de comportamentos que podem ser causados pelo TOD
- TOD: sintomas para ficar em alerta
- Crise dos 2 anos de idade ("terrible two") ou TOD?
- Crise dos 9 anos de idade (rubicão) ou TOD?
- Qual deve ser a postura dos pais?
- A importância de saber manejar as crises
- Identificando e nomeando sentimentos
- Dica: Mantenha um diário comportamental da criança
- Entenda como funciona o teste para diagnosticar TOD
- Identifiquei os sintomas no meu filho, e agora?
- Quem pode diagnosticar e tratar o transtorno opositivo desafiador?
- Veja alguns pontos importante sobre o TOD
- TOD tem cura?
Introdução
O TOD (Transtorno Opositor Desafiador) é um transtorno que tem como principal característica o descontrole emocional, podendo se manifestar em acessos de raiva e agressividade.
Por não saberem, muitos pais podem tratar como “birra” ou teimosia, mas não é nada disso.
O TOD demanda empatia e paciência por parte das pessoas que convivem com a criança, por isso sua conscientização é muito importante para o processo.
Listamos aqui os principais sintomas da TOD, suas características, opções de tratamento e como lidar.
Confira! 👇
O que é TOD?
"Isso é birra, é coisa de criança." Nem sempre.
As crianças estão constantemente aprendendo a lidar com seus sentimentos e reagir às situações do dia a dia. Durante esse processo, é normal que apresentem alguns sinais de estresse. ☹️
No entanto, quando esses comportamentos se tornam recorrentes, pode ser um indicativo de que a criança está enfrentando algo mais delicado.
O Transtorno Opositor Desafiador (TOD) é identificado por meio de descontrole emocional, desobediência excessiva, comportamento agressivo e dificuldades cognitivas.
Basicamente, a criança não gosta de ser contrariada (daí o nome Opositor ou Opositivo), daí podem surgir muitas angústias perante os desafios diários.
Os primeiros sinais desse transtorno costumam aparecer durante a infância, especialmente na fase de aprendizado.
Qual a definição e as características gerais do TOD?
Mais comum em crianças e adolescentes, o TOD é um distúrbio comportamental, que reforça padrões de hostilidade e desobediência, em um comportamento desafiador às figuras de autoridade que convivem com o jovem, tornando-os resistentes em obedecer instruções e seguir regras.
Esse distúrbio vem também acompanhado de atitudes agressivas e impulsivas, utilizando geralmente uma linguagem ofensiva e desrespeitosa, assim como demonstrações de um temperamento que oscila rapidamente e com frequência da raiva para a calma.
Exemplos de comportamentos que podem ser causados pelo TOD
- Agressividade: ataques de raiva, física e verbal, desproporcionais são frequentes nas crianças com o distúrbio, mirando pessoas, animais e até objetos.
- Irritação: crianças com o distúrbio respondem a situações simples com impaciência e raiva, mostrando irritação em cenários cotidianos diversos.
- Desafio: figuras de autoridade, regras e instruções são frequentemente desafiadas pelas crianças com TOD, se irritando com qualquer forma de limite.
- Comportamento impulsivo: a impaciência das crianças com TOD levam a atitudes inconsequentes e precipitadas, levando ao risco para a criança e as pessoas à sua volta.
- Dificuldade com frustrações: se as frustrações são difíceis de lidar para qualquer um de nós, para as crianças com TOD isso se amplifica, sendo uma verdadeira luta para elas compreenderem como agir nesses cenários, levando a comportamentos de raiva.
Qual é a causa do TOD (Transtorno Opositor Desafiador)?
É difícil listar uma possível causa para o TOD, ainda mais por ele se manifestar tão cedo, ainda na infância.
Mas é importante considerar que os comportamentos manifestados são frequentemente uma resposta à frustração, raiva e pressão excessiva.
Podemos ligar o transtorno a elementos que podem contribuir para o seu desenvolvimento, como: fatores biológicos, disfunções cognitivas, desafios no ambiente familiar e experiências traumáticas.
TOD: sintomas para ficar em alerta
Como mencionamos anteriormente, é preciso ficar ligado ao que é normal no processo de amadurecimento da criança e o que não é.
Em casos de excessos, ou comportamentos muito recorrentes, talvez seja o caso de investigar.
Alguns sintomas podem ser importantes, como:
- Acessos de raiva
- Impaciência
- Dificuldade em cumprir pedidos ou regras
- Comportamento rancoroso e vingativo
- Irritabilidade constante
- Tenta culpar outras pessoas pelos seus erros
Crise dos 2 anos de idade ("terrible two") ou TOD?
Apesar de ambas impactarem o desenvolvimento da criança, a crise dos 2 anos e o TOD são situações diferentes com características específicas.
A crise dos 2 anos, ou terrible two, não é um distúrbio comportamental, é uma fase pela qual toda criança está sujeita a passar, pelas grandes mudanças emocionais que o desenvolvimento traz para a criança nessa faixa etária, causando nela crises de explosões emocionais, choro intenso e birras, tudo isso com uma duração limitada.
Por outro lado, o TOD não é presente em todas as crianças, e se define como um quadro clínico, um distúrbio que persiste na vida da criança com um comportamento violento e hostil a situações diversas do cotidiano e com pessoas diferentes, desde familiares a colegas de escola.
Crise dos 9 anos de idade (rubicão) ou TOD?
Já a crise dos 9 anos acontece por ser uma fase de transição importante na vida da criança, no qual ela passa por mudanças diversas no seu desenvolvimento físico, emocional e cognitivo. Assim como na crise dos 2 anos, é comum a criança reagir com birra a situações que a chateiam, bem como desenvolver um comportamento de teimosia e desobediência em muitas situações, mas tudo isso com uma duração limitada, não é uma realidade persistente como o TOD.
Entenda como funciona o teste para diagnosticar TOD
Percebeu algum desses sintomas com certa frequência? É interessante entrar em contato com um psicólogo ou psiquiatra.
Para o diagnóstico, é necessária uma pequena investigação:
- Isso acontece sempre ou só de vez em quando?
- Existe motivação ou é inesperado?
Além disso, é importante analisar o conjunto de comportamentos e pensamentos da criança, afinal, esse transtorno pode apresentar diversos sintomas.
A prioridade é que seja investigado o quanto antes, pois ele afeta o desenvolvimento psicológico e cognitivo da criança, podendo trazer diversos prejuízos.
Identifiquei os sintomas no meu filho, e agora?
Uma vez que foram identificados sintomas de TOD na criança, é essencial que os pais busquem o acompanhamento profissional adequado, tanto de pediatras quanto na área da saúde mental para confirmar o diagnóstico através das avaliações corretas.
Com o diagnóstico confirmado, os pais e profissionais podem pensar juntos em estratégias de como lidar com os comportamentos identificados da criança, bem como buscar padrões para compreender os gatilhos e reações específicas em cada caso.
Quem pode diagnosticar e tratar o TDO?
Neurologistas infantis, psiquiatras e psicólogos clínicos são os profissionais mais indicados para realizar o diagnóstico e tratamento da criança com TDO.
Esses profissionais da saúde mental vão realizar entrevistas com os responsáveis pela criança para compreender o cenário que envolve cada caso. Junto a isso, o profissional vai trabalhar com observações constantes do comportamento da criança, podendo solicitar testes específicos em alguns casos.
Em geral, a terapia é um tratamento fortemente indicado para lidar com o TDO, envolvendo não só a criança, mas também os pais e pessoas do convívio da criança. Em casos específicos, podem ser sugeridas também medicações para sintomas determinados do TDO.
Veja alguns pontos importante sobre o TOD
Nem toda criança com TOD se comporta da mesma forma. Os traços de personalidade e padrões de sintomas podem variar conforme o nível de gravidade.
O transtorno pode ser classificado como:
- Suave:Com características que ocorrem apenas em um ambiente, como apenas em casa, ou na escola, ou com os amiguinhos.
- Moderado:Características ocorrem em pelo menos duas situações.
- Forte:Sinais podem aparecer em três ou mais ambientes
O diagnóstico e o tratamento precoce podem evitar com que agrave o caso, evitando com que a criança apresente agressividade em mais ambientes.
TOD e autismo: quais são as diferenças?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é facilmente confundido com o TOD, por apresentarem características parecidas.
Eles são casos diferentes, mas podem estar associados. O Transtorno Opositor Desafiador pode ser uma comorbidade em casos de autismo.
Além disso, o autismo tem como uma das suas causas a genética, o que não é o caso do TOD.
As crianças desse espectro podem manifestar ao longo do desenvolvimento sintomas de oposição e desafio, devido às dificuldades na regulação emocional, baixa tolerância à frustração e inflexibilidade.
E o tratamento para ambos é parecido, sabia?
Veja as diferenças entre TOD e TDAH
Assim como no caso do autismo, o TDAH pode ser um caso genético, o que diferencia ele do TOD.
Mas esses dois transtornos apresentam mais diferenças entre si.
Enquanto uma criança com TOD exibe certos padrões comportamentais, especialmente agressividade e irritabilidade, as crianças com TDAH não têm sempre o mesmo comportamento.
TOD tem cura?
Não existe uma cura definitiva para o TOD, essa é a resposta mais direta. Mas com o tratamento correto, a compreensão dos gatilhos e reações da criança, o diálogo constante entre pais e filhos sobre o distúrbio e as formas que a criança sente as suas emoções podem diminuir os sintomas ou pelo menos permitir uma qualidade de vida maior da criança, com maior autocontrole e compreensão da sua condição ao longo do seu desenvolvimento.
Outro ponto importante de destacar é que nenhum caso de TOD é igual ao outro, cada criança vai levar o seu tempo para aprender a lidar com o distúrbio e o alívio dos sintomas pode vir em tempos diferentes para cada um de acordo com o seu contexto, por isso é importante prezar pelo tratamento desde os primeiros sinais para garantir o acompanhamento adequado para cada caso.
Qual deve ser a postura dos pais?
Sim, entendemos que é um quadro delicado.
O transtorno provoca conflitos e brigas, seja em casa, escola, ou outros ambientes de convívio da criança.
Mas o primeiro ponto é entender que não é culpa da criança.
Crianças com TOD têm dificuldade em controlar suas emoções, e acabam sendo mais reativas do que deveriam.
Rotular a criança como “briguenta, chata, malvada” pode agravar a situação, trazendo prejuízos para o seu crescimento. Cuidado com as palavras!
O exercício da compreensão e empatia por parte é crucial para aumentar o conforto da criança perante os acessos de raiva.
A importância de saber manejar as crises
Uma vez que os pais entendem as melhores formas de manejar as crises de TOD do seu filho, a criança é possibilitada a ter uma qualidade de vida melhor mesmo com o distúrbio, adquirindo até um controle maior dos seus comportamentos e emoções.
Não é fácil lidar com comportamentos agressivos e de desobediência, tanto para os pais e autoridades que lidam com a criança, quanto para os colegas e pessoas que convivem com a criança com o distúrbio. No entanto, é essencial compreender que as crises de TOD podem sim ser manejadas, aliviando o distúrbio para a criança e pessoas à sua volta.
Algumas dicas que podem ajudar a manejar as crises é adotar rotinas claras junto à criança, trabalhar sempre com reforço positivo para os seus comportamentos, bem como deixar claro os limites para a criança, ainda que ela se incomode com esse conceito.
Toda criança pode ser ajudada, o distúrbio faz parte da identidade dela e deve ser tratado com seriedade para que ela possa ter uma qualidade de vida, aprendendo a regular suas emoções, comunicar seus sentimentos e manter relações saudáveis com as pessoas do seu meio.
Identificando e nomeando sentimentos
Para identificar os sentimentos da criança com TOD os pais e responsáveis precisam estar atentos às expressões emocionais da criança e reações dela às situações diárias.
Seja raiva, medo, frustração, é importante manter um diálogo aberto com a criança sobre o que ela está sentindo para que ela compreenda melhor o que está se passando com ela em cada situação e que esse sentimento está sendo motivado por um distúrbio clínico.
Esse processo é importante tanto para a criança quanto para os pais, responsáveis e profissionais de saúde que forem lidar com a criança no seu tratamento.
Dica: Mantenha um diário comportamental da criança
Essa dica pode ajudar muitos pais e cuidadores no convívio com a criança com TOD, porque permite um acompanhamento próximo dos padrões de comportamento da criança, seus gatilhos e reações a situações específicas.
Essas informações podem ajudar também os profissionais envolvidos no tratamento da criança, na saúde e na educação, compreendendo a realidade emocional da criança e as estratégias que melhor funcionam com o seu filho no cuidado com cada reação.
TOD: como lidar?
Algumas dicas podem auxiliar no convívio social da criança, quando ela apresentar crises:
- Atenção às palavras: Em momentos de crise, a agressividade e a punição podem tornar os conflitos ainda mais difíceis. Adote uma abordagem firme, olhando nos olhos da criança, mas com respeito. O diálogo é fundamental!
- Elogios são bem-vindos: Nós gostamos de ser reconhecidos quando acertamos, e as crianças também! Elogie a criança de forma enfática e clara quando ela fizer uma tarefa, por exemplo. Oferecer pequenas recompensas pode incentivá-la a continuar nesse caminho.
- Estabeleça limites: Lidar com o TOD em crianças pode ser desafiador, por isso é importante estabelecer limites claros como uma estratégia para que a criança compreenda que nem tudo é permitido.
- Rede de apoio preparada: A família e a escola devem estar preparadas para lidar com momentos de crise. Conversem sobre o assunto e alinhem formas de reagir, para que a criança não busque apoio na pessoa mais permissiva.
- Atenção a reatividade: As crianças têm os adultos como inspiração. Se as pessoas se tratarem com agressividade e palavras rudes no ambiente onde vivem, elas vão incorporar essas atitudes no seu comportamento. Cuidado!
Atividades para crianças com TOD
Algumas atividades podem ajudar a dispersar a irritação da criança, deixando-a calma e entretida. Vamos conferir?
- - Correr bastante, jogar bola, dançar, tudo isso faz com que ela gaste suas energias se divertindo e se concentre nessas brincadeiras. Atividades físicas
- - A música tem o poder de concentrar a atenção e estimular o cérebro de uma criança com TOD, sem contar que é muito divertido. Ela pode cantar, ouvir, tocar um instrumento, como a sua imaginação mandar! Música
- Arte- Pinturas, desenhos e brincadeiras com massinha de modelar são boas opções. Além de também ajudarem na concentração, podem até despertar um novo hobby.
- - Cuidar de um pet ajuda a aliviar o estresse e ansiedade das crianças. Caso não tenham restrições, que tal brincar com um, ou até mesmo adotar? Animais
Conheça alguns tratamentos para crianças com TOD
O tratamento efetivo para crianças com TOD envolve uma abordagem multimodal, que pode incluir o uso de medicamentos e terapia comportamental.
Além de intervenções de treinamento de habilidades sociais e ajustes no ambiente escolar ou doméstico.
Vamos entender como é?
Terapia comportamental
A terapia comportamental é uma abordagem efetiva para o tratamento do TOD em crianças.
Ela envolve técnicas de reforço positivo para melhorar o comportamento, treinamento em habilidades sociais para auxiliar as crianças a se comunicarem de maneira mais eficaz com os outros.
Além disso, estimula o uso de estratégias para manejo comportamental, que ajudam as crianças a controlarem seus impulsos.
Intervenções de treinamento em habilidades sociais
O treinamento em habilidades sociais pode auxiliar as crianças com TOD a aprimorarem sua capacidade de se relacionar com outras pessoas e lidar com situações sociais desafiadoras.
Isso inclui técnicas como aprender a lidar com as emoções, desenvolver habilidades de resolução de conflitos e melhorar as habilidades de comunicação.
Terapia familiar
A terapia familiar pode ser benéfica para auxiliar os pais e outros cuidadores a compreenderem e lidarem com os desafios comportamentais das crianças com TOD.
Isso inclui ajudar os pais a aprenderem técnicas de manejo comportamental e oferecer suporte emocional.
Também é importante auxiliar as crianças a estabelecerem relacionamentos saudáveis com sua família e amigos.
Terapia individual
Além da terapia comportamental, as crianças com TOD também podem se beneficiar da terapia individual.
Ela pode auxiliá-las a lidar com questões emocionais e comportamentais relacionadas aos seus transtornos.
O Transtorno Opositor Desafiador pode parecer difícil, mas quando há um ambiente com bastante empatia, carinho e amor, a criança se sente mais confortável e acolhida.
As dicas não substituem uma consulta médica. Consulte um profissional de saúde para obter orientações individualizadas.