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Preparação durante a gestação: psicóloga explica como se preparar para a amamentação

Descubra como se preparar para a amamentação durante a gestão em uma entrevista exclusiva com a psicóloga Gabriela Malzyner

6mins para ler Jan 8, 2024

A amamentação é um momento muito importante para a saúde e o vínculo entre a mãe e o bebê — que envolve aconchego, cuidado, carinho e amor. Muitas mulheres enfrentam dificuldades, dúvidas e medos nessa fase, e por isso é fundamental se preparar durante a gestação.

Com base nisso, o Nestlé Baby&me trouxe uma entrevista com a psicóloga Gabriela Malzyner, especializada em maternidade, para auxiliar as gestantes na preparação para a amamentação durante a gestação, quais são os benefícios dessa prática e como buscar ajuda profissional. Confira:

Expectativas versus realidade da maternidade

Durante os nove meses de gestação, a mulher se prepara para o nascimento do bebê. Porém, o imaginado e desejado pela mãe durante esse período é completamente diferente daquele que nasce no fim da gestação. Assim, temos uma experiência inédita entre a mulher e seu filho(a).

Nesse aspecto, muitas mulheres enfrentam dificuldades, dúvidas e frustrações nesse período, que podem afetar sua autoestima, sua confiança e sua saúde mental.

Uma das principais causas desses problemas é a discrepância entre as expectativas e a realidade da maternidade. Muitas vezes, as mulheres idealizam a amamentação como um momento mágico e natural, que acontece de forma espontânea e sem complicações. No entanto, na prática, elas podem se deparar com situações como:

  • Dor nos seios, fissuras nos mamilos, ingurgitamento mamário (seios muito cheios), mastite (inflamação das glândulas mamárias) e candidíase mamária (infecção por fungos);
  • Dificuldade na pega correta do bebê (forma como ele abocanha o seio), que pode interferir na quantidade e na qualidade do leite produzido;
  • Baixa produção ou excesso de leite, que pode causar desconforto tanto para a mãe quanto para o bebê;
  • Interferência de fatores externos, como pressão familiar, social ou profissional, falta de informação ou orientação adequada, mitos e crenças sobre a amamentação, uso de bicos artificiais (chupetas ou mamadeiras) ou introdução precoce de outros alimentos;
  • Sentimentos ambivalentes em relação à amamentação, como culpa, medo, ansiedade, tristeza, raiva ou rejeição.

Essas situações podem gerar um grande sofrimento para a mulher, que pode se sentir incapaz, frustrada e decepcionada com a maternidade. Por isso, é importante que ela tenha uma preparação adequada durante a gestação, tanto física quanto psicológica, para enfrentar esses desafios com mais segurança e tranquilidade.

Preparação para a amamentação na gestação

O leite dos primeiros dias da amamentação é chamado colostro. Ele é um leite especialmente produzido para os bebês recém-nascidos. Tem mais proteínas e é rico em anticorpos e outras substâncias que ajudam a criança na proteção contra doenças.

Apesar da composição do leite ser semelhante para todas as mulheres, pequenas variações ocorrem para adaptar o leite a necessidades específicas.

Por exemplo, o leite produzido pela mãe de um bebê prematuro é diferente, justamente para atender às necessidades do organismo dele.

É comum as mulheres se preocuparem com o aspecto do leite e, muitas vezes, o consideram fraco por causa da cor. Todo leite materno é de boa qualidade, independentemente do seu aspecto.

A quantidade de leite que a mulher produz depende principalmente do quanto de leite está sendo consumido pela criança ou retirado da mama. Logo, quanto mais vezes a criança for ao peito e mais leite consumir, mais leite a mulher vai produzir.

Isso explica por que as mulheres podem doar leite sem que isso prejudique a amamentação de seus filhos, assim como mães de gêmeas ou gêmeos são capazes de alimentar as crianças exclusivamente com o seu leite.

Rede de apoio e questões emocionais

Uma das formas de se preparar para a amamentação é contar com uma rede de apoio que possa oferecer suporte, informação, orientação e acolhimento para a gestante e a puérpera (mulher que acabou de dar à luz).

Essa rede pode ser composta por familiares, amigos, profissionais de saúde, grupos de apoio ou consultores em aleitamento materno. Ela é fundamental para ajudar a mulher a lidar com as questões emocionais que envolvem a maternidade, que podem ser intensas e complexas, como:

  • Mudanças na identidade, autoimagem, rotina, relações afetivas e no papel social da mulher;
  • Adaptação à nova realidade, às novas demandas e responsabilidades;
  • Necessidade de equilibrar as expectativas pessoais, familiares e sociais com as limitações e as possibilidades reais;
  • Reconhecimento e expressão dos sentimentos e das emoções vivenciados nesse período;
  • Busca por autocuidado, autocrítica, autoconhecimento e autoconfiança.

A rede de apoio pode auxiliar a mulher a enfrentar essas questões de forma mais positiva, respeitando seu ritmo, suas escolhas e suas necessidades. Além disso, pode ajudar a prevenir e a tratar problemas mais graves, como a depressão pós-parto e o baby blues.

SAIBA MAIS: Mãe de primeira viagem: 7 dicas de quem já passou por essa situação

Depressão, baby blues e preparo psicológico

A depressão pós-parto é um transtorno mental que afeta cerca de 10% a 20% das mulheres no período pós-natal e que pode ter inúmeras causas —fatores biológicos (alterações hormonais), psicológicos (histórico de depressão ou outros transtornos mentais), sociais (falta de apoio ou violência) ou ambientais (estresse ou eventos traumáticos). Ela se caracteriza por sintomas:

  • Tristeza persistente;
  • Falta de interesse ou prazer nas atividades cotidianas;
  • Alterações no sono e no apetite;
  • Sentimentos de culpa, inutilidade ou desesperança;
  • Dificuldade de concentração ou tomada de decisões;
  • Isolamento social, irritabilidade ou agressividade;
  • Ansiedade excessiva ou medo;
  • Pensamentos negativos ou suicidas;
  • Dificuldade de estabelecer vínculo com o bebê.

Já o baby blues é uma condição mais leve e transitória que afeta cerca de 50% a 80% das mulheres nos primeiros dias ou semanas após o parto. Ele se manifesta por sintomas como choro fácil, tristeza passageira, instabilidade emocional, ansiedade leve ou irritabilidade. Costuma se resolver espontaneamente em até duas semanas, sem necessidade de tratamento específico.

LEIA MAIS: Baby blues: o que é e quais os principais sintomas

Tanto a depressão pós-parto, quanto o baby blues podem interferir na amamentação, prejudicando o vínculo entre a mãe e o bebê, a produção e qualidade do leite materno, e a satisfação da mulher com essa experiência.

Por isso, é importante que a gestante se prepare psicologicamente para esse período, buscando:

  • Informar-se sobre os benefícios da amamentação para si mesma e para o bebê.
  • Conhecer os possíveis desafios e dificuldades que podem surgir na amamentação.
  • Planejar como será a amamentação em relação à frequência, duração, ao local e modo.
  • Conversar com outras mães que já passaram pela experiência da amamentação.
  • Participar de grupos de apoio ou cursos sobre amamentação.
  • Escolher um profissional de saúde que seja favorável à amamentação e que possa orientá-la adequadamente.
  • Contar com o apoio do parceiro ou parceira, dos familiares e dos amigos nesse processo.
  • Respeitar seus limites e suas vontades em relação à amamentação.
  • Cuidar da sua saúde física e mental durante a gestação e o pós-parto.
  • Buscar ajuda profissional se apresentar sintomas de depressão pós-parto ou baby blues.

Lembre-se: as dicas não substituem uma consulta médica. Procure ajuda profissional caso tenha dúvidas ou queira receber orientações individualizada.

Gabriela Malzyner

Gabriela Malzyner

Psicóloga

  • Graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2005);
  • Mestrado em Psicologia (Psicologia Clínica) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2015);
  • Membro do departamento do Instituto Sedes Sapientiae;
  • Docente de formação em psicanálise do Centro de Estudos Psicanalíticos, professora no grupo de seminários clínicos do Centro de Estudos Psicanalíticos e coordenadora do núcleo de crianças do Centro de Estudos Psicanalíticos;
  • Consultora da equipe do centro de dificuldade do Instituto de Pesquisa PENSI.
Pediatria Nestlé
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