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Slow parenting: o que é e quais são os benefícios para as crianças?

Saiba mais sobre o movimento de parentalidade “sem pressa” para desacelerar a rotina das crianças.

4mins para ler Fev 22, 2024

Introdução

É difícil ser criança hoje em dia. O imediatismo toma conta da maioria das pessoas em busca de respostas e resultados cada vez mais rápidos.

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, toda criança tem o direito de brincar, que é uma atividade que estrutura e modula a atividade emocional. A criança precisa de movimento, contato com a natureza com direito de se sujar. Precisa de um tempo livre sem fazer nada, sem telas nem jogos nem estímulos diversos. Isso a ajuda a assimilar o aprendizado e dar significado ao conteúdo aprendido.

Neste movimento já percebemos que as alterações sociais e familiares tem nos mostrado que algo diferente está acontecendo com nossas crianças e na sociedade em geral, enfatizado com um isolamento compulsório ainda maior na pandemia, nos levando à necessidade de refletirmos o que pode ser feito para melhorarmos tais relações com as crianças.

Como saber se é a hora de desacelerar?

É comum os pais estarem preocupados com a programação detalhada do final de semana ou mesmo da próxima viagem de férias. Muitas vezes, essa necessidade de planejamento leva à frustração decorrente da falta de conexão familiar nestes programas pré-elaborados com tanto cuidado.

Por vezes, os pais chegam a lotar as agendas sem haver espaço para algo inusitado e criado entre a família, naquele momento que deveria ser de descontração e alegria para todos.

O ponto chave é a falta de conexão. É tempo dos pais refletirem sobre o tema para o “desacelerar”, a busca pelo simples, pelo nada programado, pelo dia mais vazio, pelas atividades mais espontâneas.

Os ajustes familiares são de grande importância para a formação mais madura deste vínculo entre pais e filhos e do acolhimento e entendimento das necessidades dessa criança.

Durante a pandemia muitas crianças passaram longo período com contato social limitado ou até mesmo ausente. O que costumava entreter as crianças eram as telas durante horas e, por vezes, sem a devida supervisão.

Depois, as crianças iniciaram ou retornaram à escola, onde encontraram barulho, vários estímulos diferentes dos vivenciados no confinamento da pandemia e a necessidade de novamente conviver e se socializar com os demais.  

Associado a este cenário complexo, muitas vezes, tiveram que lidar com outros eventos ao mesmo tempo, como o nascimento de um novo irmão. São fatores que podem desencadear sentimentos como estresse, raiva, insegurança, entre outros.

O aparecimento desses comportamentos desafiadores nas crianças deixa os pais ainda mais vulneráveis e fragilizados na busca dessa conexão. Afinal, a criança tem o direito de chorar quando sente raiva, medo, dor, ciúmes, frustrações. Caso os adultos não abracem esse sentimento e não deem espaço para a criança se expressar, isso pode desorganizar ainda mais as emoções.

Qual a importância do tempo livre e do ócio?

A criança só inventa e cria quando tem tempo livre. A criança sem fazer nada automaticamente cria um mundo próprio com significado e criatividade e isso a deixa mais segura e a faz entender melhor do que gosta, quais suas preferencias nesta descoberta criativa e na busca de sentido de várias coisas que permeia seu mundo.

Com a agenda lotada, as crianças têm cada vez menos tempo de se expressarem, a família normalmente sem tempo ou paciência para as alterações comportamentais das crianças em casa, buscando muitas vezes a medicalização para o controle de um comportamento que “dá trabalho” porque a criança fica muito ativa e difícil.

Importante separarmos as brincadeiras e atividades direcionadas e as livres. O brincar com regras é importante, mas o brincar livre, que é cada dia mais esquecido, também é necessário e fundamental para o desenvolvimento infantil.

Dicas práticas para aplicar na rotina

  • Procure evitar exigências absurdas e de maior complexidade para sua faixa etária;
  • Adaptar a rotina da família pode dar trabalho, mas vale a pena. Olhar para necessidade ao invés das dificuldades pode ser um excelente começo nessa direção;
  • Abastecimento emocional é tempo de qualidade. Procure criar rotinas e janelas de tempo durante o dia, que podem ser breves, mas tem significado. O foco principal deve ser o olhar e o falar direto com a criança, sem telas, algum assunto simples e que faça essa conexão acontecer;
  • Procure resgatar o simples, como um dia com menos ou nenhuma atividade programada, finais de semana com acampamento no quarto, uma refeição no jardim ou em área externa. E importante: procure realizar atividades sem telas.
Dra. Mônica Picchi

Dra. Mônica Picchi

Médica Pediatra

  • Mestrado em Neonatologia pela Universidade de São Paulo - Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo;
  • Mais de 23 anos de atuação e experiência em consultório;
  • Filiada à Sociedade Brasileira de Pediatria.
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