Um recém-nascido prematuro, deitado, com um suporte respiratório.

Retinopatia da Prematuridade: uma condição ocular que afeta bebês prematuros!

0 a 5 meses
Artigo
Mar 21, 2025
6mins

Saiba o que é a Retinopatia da Prematuridade, uma condição ocular que afeta bebês prematuros, especialmente os nascidos antes de 30 semanas de gestação.

Se você é pai, mãe ou cuidador de um bebê prematuro, você pode já ter ouvido falar da retinopatia da prematuridade.

Neste texto, vamos juntos desvendar os mistérios dessa condição ocular que afeta bebês que nascem antes do tempo, principalmente antes das 30 semanas de gestação.

Vamos explicar como a retinopatia da prematuridade surge devido ao desenvolvimento atípico dos vasos sanguíneos na retina dos pequenos. Abordaremos os fatores de risco, como a prematuridade extrema e a exposição a altos níveis de oxigênio, além de detalhar os estágios da doença e como ela pode levar ao descolamento da retina.

Também vamos mostrar a importância do diagnóstico precoce, realizado por meio de exames oftalmológicos de rotina, e apresentar as opções de tratamento disponíveis, como a fotocoagulação a laser e as injeções de medicamentos.

Boa leitura!

O que é retinopatia da prematuridade?

A retinopatia da prematuridade (ROP) é uma condição que afeta bebês prematuros, especialmente aqueles nascidos antes das 30 semanas de gestação ou com peso inferior a 1,5 kg. Ela ocorre porque os vasos sanguíneos da retina, que é a parte do olho responsável por captar a luz e enviar sinais ao cérebro, não se desenvolvem normalmente.

Quando um bebê nasce prematuramente, o crescimento dos vasos sanguíneos da retina é interrompido. Quando esse crescimento recomeça, pode ser desorganizado e rápido, o que pode levar a problemas graves, como sangramentos na retina e até mesmo descolamento da retina. Isso pode causar perda de visão ou cegueira se não for tratado.

O que causa a retinopatia da prematuridade?

Como vimos, a retinopatia da prematuridade é causada principalmente pelo desenvolvimento incompleto ou anormal dos vasos sanguíneos na retina dos bebês prematuros.

Isso acontece porque a formação desses vasos começa por volta da 16ª semana de gestação e só se completa ao final da gravidez, entre as 38 e 40 semanas. Quando um bebê nasce prematuramente, especialmente antes das 30 semanas, o crescimento desses vasos pode ser interrompido e, quando recomeça, pode ser desorganizado.

Fatores de risco

Além das causas que apresentamos, existem vários fatores que aumentam o risco de desenvolver essa doença.

Prematuridade extrema: Bebês nascidos antes das 32 semanas de gestação estão em maior risco, especialmente aqueles nascidos antes das 30 semanas.

Baixo peso ao nascer: Menos de 1.500 gramas é um fator de risco importante.

Exposição a altos níveis de oxigênio: A oxigenoterapia prolongada pode levar a um crescimento anormal dos vasos sanguíneos na retina.

Outras condições de saúde: Infecções graves, como sepse, e problemas como sangramento cerebral ou transfusões sanguíneas frequentes também aumentam o risco.

Uso de certos medicamentos: O uso de indometacina, por exemplo, pode ser um fator de risco adicional.

Deficiências nutricionais: Falta de vitamina E, por exemplo, pode contribuir para o desenvolvimento da doença.

Estágios da doença

A retinopatia da prematuridade pode progredir em diferentes estágios, veja a seguir como a doença evolui:

Estágio 1: Neste estágio inicial, aparece uma linha branca e plana que separa a parte vascularizada da retina da parte não vascularizada. É como uma fronteira entre as áreas que já têm vasos sanguíneos e aquelas que ainda não se desenvolveram.

Estágio 2: Aqui, essa linha se transforma em uma crista elevada, que é como uma pequena elevação na retina. Isso indica que o crescimento dos vasos sanguíneos está começando a se tornar mais anormal.

Estágio 3: Neste estágio, começam a crescer vasos sanguíneos anormais e frágeis a partir da crista. Esses vasos podem sangrar facilmente e causar problemas mais graves.

Estágio 4: A doença pode causar um descolamento parcial da retina. Isso pode ser extrafoveal (não afetando a área central da visão) ou envolver a fóvea (a parte central da retina responsável pela visão detalhada).

Estágio 5: Este é o estágio mais grave, onde ocorre um descolamento total da retina. Isso pode levar a uma perda de visão permanente se não for tratado adequadamente.

Além disso, a doença também pode ser classificada em termos de localização (zonas I a III) e presença de "doença plus", que inclui sinais como dilatação dos vasos arteriais e tortuosidade dos vasos venosos. A "doença limiar" é um termo usado para descrever casos que têm alto risco de evoluir para complicações graves, geralmente requerendo tratamento imediato.

Como diagnosticar retinopatia da prematuridade?

O diagnóstico da retinopatia da prematuridade é feito por meio de exames oftalmológicos cuidadosos, realizados por um oftalmologista especializado.

Exame de Fundo de Olho: O exame é feito com as pupilas dilatadas, usando um oftalmoscópio binocular indireto. Isso permite que o médico veja detalhadamente a retina e identifique qualquer anormalidade nos vasos sanguíneos.

Triagem Neonatal: Todos os bebês prematuros com menos de 1.500 gramas ou nascidos antes das 32 semanas de gestação devem passar por essa triagem. O primeiro exame geralmente ocorre entre a quarta e sexta semana de vida.

Monitoramento Regular: Os exames são repetidos a cada 1 a 3 semanas, dependendo da gravidade da doença, até que o crescimento dos vasos sanguíneos esteja completo. Isso ajuda a detectar qualquer mudança ou progressão da doença.

Classificação da Doença: O diagnóstico também envolve classificar a doença em estágios e zonas, além de verificar a presença de "doença plus", que são sinais de risco mais alto para complicações graves.

Como a retinopatia da prematuridade não causa sintomas visíveis nos estágios iniciais, o diagnóstico precoce é crucial para evitar complicações graves, como o descolamento da retina e a perda de visão.

Opções de tratamento

Quando a retinopatia da prematuridade atinge um nível grave, existem várias opções de tratamento. Aqui estão as principais opções:

  • Fotocoagulação a Laser: Este é um dos tratamentos mais comuns. O laser é aplicado na parte imatura da retina para interromper o crescimento anormal dos vasos sanguíneos, reduzindo o risco de descolamento da retina e perda de visão.
  • Injeções de Medicamentos Anti-VEGF: Medicamentos como o bevacizumabe são injetados diretamente no olho para interromper o crescimento irregular dos vasos sanguíneos. Essas injeções são uma alternativa ao tratamento com laser e podem ser usadas em casos selecionados.
  • Crioterapia: Embora menos comum, a crioterapia pode ser usada para congelar as áreas anormais da retina, interrompendo o crescimento dos vasos sanguíneos. No entanto, esse método é menos utilizado atualmente.
  • Cirurgia para Descolamento de Retina: Se a retina já se descolou, pode ser necessário realizar uma cirurgia para recolocá-la no lugar. Isso inclui procedimentos como vitrectomia e retinopexia.

É importante lembrar que o tratamento deve ser feito o mais rápido possível, geralmente dentro de 48 a 72 horas após a detecção da doença grave.

Todos os procedimentos devem ser realizados por um oftalmologista especializado e podem exigir anestesia para garantir que sejam indolores.

Conclusão

Neste texto, conhecemos a retinopatia da prematuridade, uma condição ocular que afeta bebês prematuros, especialmente aqueles nascidos antes das 30 semanas de gestação ou com peso inferior a 1,5 kg. Ela surge devido ao desenvolvimento anormal dos vasos sanguíneos na retina, que pode ser interrompido pelo nascimento prematuro e recomeçar de forma desorganizada.

Os fatores de risco incluem prematuridade extrema, baixo peso ao nascer e exposição prolongada a altos níveis de oxigênio. A doença pode progredir em diferentes estágios, desde uma linha branca até o descolamento total da retina, o que pode levar a perda de visão permanente se não for tratado adequadamente.

O diagnóstico precoce é crucial e é realizado por meio de exames oftalmológicos regulares. As opções de tratamento incluem fotocoagulação a laser, injeções de medicamentos anti-VEGF e, em casos mais graves, cirurgia para descolamento de retina.

A implementação de programas de triagem neonatal eficazes é fundamental para detectar e tratar a retinopatia da prematuridade precocemente, evitando sequelas visuais graves e contribuindo para a prevenção da cegueira infantil.

As dicas não substituem uma consulta médica. Procure um profissional de saúde especializado para receber orientações individualizadas.

Avaliações

0

0 avaliações

Classificação

  • 5 star
    0
  • 4 star
    0
  • 3 star
    0
  • 2 star
    0
  • 1 star
    0

Faça Parte do

  Faça Parte do

Tenha acesso aos benefícios!

Descontos

Parcerias

Opções exclusivas para você e seu bebê! Confira nossos parceiros!

Conteúdos

Conteúdos e Ferramentas

Conteúdos especiais e Ferramentas interativas para te apoiar em toda a jornada!

Informação

Teste Grátis Kinedu

Acesse conteúdos sobre o desenvolvimento do seu pequeno no aplicativo Kinedu!

Especialistas

Especialistas

Tire suas dúvidas com um especialista preparado para te atender!