Por que não devemos bater ou gritar com as crianças?
Entenda como isso pode afetar o desenvolvimento do seu filho e como lidar com os momentos difíceis da criação de crianças.
Depois de um dia estressante no trabalho, você chega em casa e seu filho já rabiscou as paredes da cozinha, está todo sujo de comida, a casa está com brinquedos até o teto e você não sabe de onde tirar paciência para lidar com tudo isso ao mesmo tempo. Para completar, ele ainda coroou você com uma bela malcriação. Deu vontade de jogar tudo para o alto, gritar ou bater no seu filho? Não se culpe: o sentimento é algo normal que com certeza, a grande maioria das mães já sentiu alguma vez na vida. No entanto, por mais que o lema “uma palmada não faz mal a ninguém” tenha valido com nossos pais e avós, recentes descobertas nos mostram como gritos e agressões verbais e físicas podem ser prejudiciais para as crianças.
“Minha mãe fez isso comigo a vida inteira e não morri” e o erro por trás desta frase
É muito comum quando falamos sobre uma criação sem violência que os pais respondam que foram educados dessa maneira e “não morreram” ou foram bem-educadas. Certamente, os pais deveriam querer o melhor para os seus filhos naquela época, mas no passado a medicina designava pessoas com doenças que hoje são curáveis ou erradicadas e a psicologia considerava doenças os transtornos que hoje são triviais e tratados com a psicoterapia. O que isso significa é que a sociedade avança com o tempo, e isso inclui o modo de criar filhos. Para além disso, é muito comum que adultos que não sabem lidar com suas emoções hoje foram crianças criadas sob a política do grito e da palmada.
Bater nas crianças pode implicar em baixa autoestima e agressividade
Apesar de parecer um método limitador muito eficiente, a palmada, além de não resolver, pode ter consequências sérias na vida dos pequenos. Estudos indicam que crianças que apanham dos pais tendem a desenvolver baixa autoestima e problemas psicológicos como estresse, depressão e ansiedade. Apanhar também leva a criança a entender que todos os problemas podem e devem ser resolvidos por meio da agressão física, tornando-as mais reativas, com maior propensão à agressividade e com dificuldade de dialogar e ter empatia com o próximo. As relações sociais são prejudicadas e ela é educada para viver sempre com medo, temendo o próximo castigo. Outros impactos podem vir futuramente: pesquisas científicas indicam que crianças expostas à violência física possuem maiores chances de se tornarem adolescentes rebeldes e reprimidos, com maior tendência ao alcoolismo e ao vício em drogas e maiores chances de tentarem suicídio.
Gritar possui efeito semelhante a bater
Quando se grita com uma criança, o cérebro dela libera um hormônio chamado cortisol, que é o hormônio do estresse. Esse hormônio, quando liberado em excesso - conforme vamos nos acostumando a gritar com os pequenos - afeta o cérebro e faz com que a criança se torne além de constantemente estressada, com grande dificuldade de lidar e gerenciar emoções, dificultando seu convívio social com os pais e até mesmo com outras crianças. É um efeito muito semelhante a bater. O ideal é tentar uma abordagem firme, mas que coloque a criança em um patamar de diálogo e compreensão, e não de inferiorização, em tom de voz normal. O que é fundamental para a educação é que ela compreenda onde errou e o que deve mudar, e não a punição que ela recebe para isso. É claro que muitas vezes, fazer isso no calor do momento é difícil, mas a tentativa com certeza valerá muito mais a pena no futuro.
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