Por que o castigo é prejudicial para as crianças?
Entenda o porquê e outras possibilidades de disciplinar os pequenos.
Educar filhos é um processo longo, que carece dedicação e amor, mas também muita paciência e estabilidade emocional. Pirraça, gritos, choros, berros e indisciplina muitas vezes conseguem tirar os pais do sério ou, no mínimo, deixá-los sem saber o que fazer. Ainda hoje, muitos pais insistem em aplicar o castigo como punição, que deixa os pequenos muito tempo sentados em um canto só, algumas horas ou dias sem algo que realmente gostem ou proibições como brincar, por exemplo. Mas será que ele realmente é eficaz? Entenda o porquê e outras possibilidades de disciplinar os pequenos.
Castigo não é uma forma de educar, mas punir
Quando se pensa em castigo, o que vem à cabeça é algo penoso, que traz sofrimento e punição. Uma criança castigada é uma criança, por definição etimológica, sofrida e punida por alguma coisa. Isso não faz sentido a partir do momento em que entendemos que as crianças ainda estão em processo de construção de sua personalidade e tentando entender e se adaptar ao meio em que vivem. É um pouco cruel exigir que elas se comportem como nós, adultos, que já sabemos as regras do jogo, não é? Por isso, o castigo perde a razão de ser desde sua essência.
Educar de forma positiva é mais eficiente
Na verdade, o castigo é uma alternativa imediata que os pais encontram para uma pirraça, já que o medo é um fator motivador para algo. Entretanto, dessa forma de solução não há nenhum aprendizado, lição ou educação de forma eficiente. Em contrapartida, existem formas de educar sem precisar punir ou recompensar, como a disciplina positiva, por exemplo. A Disciplina Positiva, criada pela dra. Jane Nelsen nos anos 80, vem ganhando ao longo do tempo cada vez mais adeptos. Segundo essa teoria, é possível educar uma criança com respeito e amor.
Os pilares da disciplina positiva
Segundo a disciplina positiva, existem alguns pilares que estruturam essa forma de criação. A primeira coisa a se ter em mente é que a criança merece respeito e dignidade como qualquer outro ser humano, e deve ser educada de acordo com isso. A educação também deve fazer com que a criança se sinta pertencente e importante, desenvolva habilidades sociais e se sinta capaz, através do estímulo da autoconfiança. Esse tipo de criação também deve ser efetiva a longo prazo, ou seja, não somente no momento do conflito, mas para além dele.
Como colocar em prática?
Parece um bicho de sete cabeças, mas não é. Primeiro, é importante criar um canal de diálogo aberto com o seu filho. Se houver alguma situação de conflito ou desrespeito, converse com a criança e pergunte a ela como ela está se sentindo e por que está fazendo aquilo. Na maioria das vezes, ouvi-la vai te ajudar a contornar a situação, mas nem sempre ela será eficaz. Faça combinados e explique quais serão as consequências se algo acontecer em um conflito. Por exemplo: se seu filho ou filha jogar um sorvete no chão de pirraça e isso já tiver sido conversado, diga a ele que ele não terá o sorvete novamente se mantiver esse comportamento.
Aos poucos, os pais vão perceber uma melhora no comportamento da criança, e o melhor de tudo, sem punição.
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