
Enterocolite em bebês: tipos, causas e sintomas!
Veja o que é a enterocolite em bebês, com foco especial na enterocolite necrosante, uma condição grave que afeta principalmente recém-nascidos prematuros.
A enterocolite é uma condição que envolve a inflamação do intestino, mas quando falamos de bebês, especialmente os prematuros, uma forma particularmente grave chama a atenção: a enterocolite necrosante (ECN).
Esta condição não apenas inflama o intestino, mas também pode levar à morte do tecido intestinal, resultando em complicações sérias e potencialmente fatais. A ECN é uma das principais causas de morbidade e mortalidade entre recém-nascidos prematuros, e entender seus sintomas, causas e tratamento é crucial para garantir o melhor cuidado possível.
Neste artigo, vamos explorar os principais sintomas da ECN, como distensão abdominal, dificuldade de alimentação, vômitos biliosos, fezes com sangue e letargia. Além disso, vamos discutir as causas, incluindo a prematuridade, a alimentação artificial e possíveis infecções.
Boa leitura!
O que é enterocolite e tem cura?
A enterocolite é uma inflamação que afeta tanto o intestino delgado quanto o grosso. Ela pode ser causada por infecções bacterianas, virais, alergias alimentares ou até mesmo o uso de certos medicamentos. Os sintomas comuns incluem dor abdominal, diarreia, vômitos e febre.
Uma forma grave de enterocolite é a enterocolite necrosante (ECN), que principalmente afeta bebês prematuros. A ECN pode levar à morte do tecido intestinal, causando complicações sérias como distensão abdominal, vômitos biliosos, fezes com sangue e letargia.
Quanto à cura, a enterocolite pode ser tratada com sucesso, dependendo da gravidade e do tipo. Para a ECN, o tratamento envolve cuidados intensivos, como jejum, nutrição parenteral, antibióticos e, em casos graves, cirurgia para remover o tecido lesionado.
Embora a ECN seja uma condição séria, cerca de 70% a 80% dos bebês afetados sobrevivem com o tratamento adequado. Portanto, a cura é possível com intervenção médica rápida e eficaz.
Tipos de enterocolite
A enterocolite pode se apresentar em vários tipos, cada um com suas próprias causas e sintomas.
Enterocolite Necrosante (ECN): Afeta principalmente recém-nascidos prematuros, causando necrose do tecido intestinal, com sintomas como distensão abdominal, vômitos biliosos, diarreia com sangue e letargia. Esse tipo é causado por fatores como prematuridade, alimentação inadequada e possíveis infecções.
Enterocolite Pseudomembranosa: Inflamação do cólon e reto, frequentemente causada por antibióticos, causando diarreia, febre e dor abdominal.
Enterocolite Neutropênica: Afeta pessoas com neutropenia, aumentando o risco de infecções graves, com sintomas de febre, dor abdominal, diarreia com ou sem sangue. É causada pela diminuição dos neutrófilos no sangue.
Retocolite Ulcerativa: Doença crônica que causa úlceras no intestino grosso, levando a diarreia com sangue, cólicas e dor abdominal, causadas por reações exageradas do sistema imunológico.
Enterocolite Hemorrágica: Causada por infecções bacterianas, como Escherichia coli e acompanhada de diarreia com sangue. Esse tipo de enterocolite é causado por toxinas produzidas por bactérias.
Enterocolite Induzida por Proteínas Alimentares: Alergia alimentar que causa inflamação intestinal, gerando vômitos intensos e diarreia, como reações a alimentos como leite de vaca ou soja.
Enterocolite Associada a Hirschsprung: Complicação da doença de Hirschsprung, que afeta o movimento das fezes, causando febre, vômitos, diarreia e distensão abdominal.
Enterocolite necrosante
O nosso foco nesse texto é a enterocolite necrosante (ECN), uma condição grave que afeta principalmente recém-nascidos prematuros.
Ela é uma inflamação do intestino que pode levar à morte do tecido intestinal, causando complicações sérias como perfuração intestinal e infecção generalizada.
A ECN ocorre quando a superfície interna do intestino sofre lesões e se inflama, podendo causar necrose em partes do intestino. Isso pode levar a uma perfuração intestinal, permitindo que bactérias e conteúdos intestinais invadam a cavidade abdominal, causando uma infecção grave chamada peritonite.
O que pode causar enterocolite necrosante?

Embora suas causas exatas não sejam completamente entendidas, há vários fatores que aumentam o risco de desenvolver essa doença, como:
- Prematuridade: Mais de 90% dos casos ocorrem em bebês prematuros, pois seu sistema digestivo ainda está imaturo.
- Colonização Bacteriana Anormal: A presença de bactérias no intestino pode se tornar patogênica se a parede intestinal estiver danificada. Isso pode ocorrer devido à disbiose, que é uma alteração no equilíbrio das bactérias intestinais.
- Fluxo Sanguíneo Reduzido: Problemas como asfixia ao nascimento ou doenças cardíacas congênitas podem reduzir o fluxo de sangue para o intestino, aumentando o risco de lesões.
- Ruptura Prolongada das Membranas: Quando a bolsa da mãe se rompe mais de 12 horas antes do parto, pode haver um aumento do risco de infecção.
- Eventos que Reduzem o Oxigênio: Qualquer situação que diminua a oxigenação do bebê, como a asfixia perinatal, pode contribuir para o desenvolvimento da ECN.
Qual o remédio para enterocolite necrosante?
A enterocolite necrosante (ECN) é uma condição grave que não tem um "remédio" específico, mas sim um tratamento abrangente que visa controlar a doença e prevenir complicações. O tratamento é focado em cuidados de suporte e, em alguns casos, cirurgia.
Confira como acontece o tratamento para ECN:
Jejum e Descompressão Gástrica: O bebê é colocado em jejum para dar descanso ao intestino. Um tubo nasogástrico é usado para remover o conteúdo do estômago, aliviando a pressão e evitando vômitos.
Nutrição Parenteral: A nutrição é fornecida por via intravenosa para garantir que o bebê receba os nutrientes necessários sem usar o intestino.
Antibióticos: São administrados para tratar possíveis infecções. A escolha dos antibióticos depende da suspeita de infecção, mas geralmente inclui cobertura para bactérias Gram-positivas, Gram-negativas e anaeróbios.
Tratamento Cirúrgico: É necessário em casos graves, como perfuração intestinal ou quando uma parte do intestino está gravemente afetada. A cirurgia envolve a remoção do tecido necrótico e a criação de uma ostomia temporária para permitir a drenagem do intestino.
Suporte Intensivo: O tratamento também inclui suporte ventilatório, monitorização dos dados vitais e correção de desidratação e distúrbios eletrolíticos.
O que comer com enterocolite necrosante?
Quando se trata de enterocolite necrosante (ECN), a alimentação é um desafio. Durante o tratamento, é comum que a alimentação oral seja suspensa para dar descanso ao intestino.
Como vimos, o bebê não recebe alimentos via oral ou por sonda. Em vez disso, a nutrição é fornecida por via intravenosa para garantir que o bebê receba os nutrientes necessários sem usar o intestino. Um tubo é colocado do nariz ao estômago para remover o conteúdo estomacal e aliviar a pressão no intestino.
Após a recuperação inicial, é altamente recomendado usar leite materno para alimentar bebês prematuros, pois ele oferece proteção contra a ECN e promove a recuperação intestinal.
Em alguns casos, pode-se iniciar uma dieta enteral mínima com pequenas quantidades de leite materno, aumentando gradualmente a quantidade. Isso pode ajudar a prevenir a recorrência da doença.
Principais sintomas da enterocolite necrosante
Os sintomas da ECN podem variar, mas geralmente incluem:
- Distensão Abdominal: O abdômen do bebê fica inchado e pode mudar de cor, ficando vermelho, azul ou acinzentado.
- Dificuldade de Alimentação: O bebê pode ter problemas para se alimentar ou recusar a alimentação.
- Vômitos Biliosos: Vômitos com líquido esverdeado ou amarelo, que é bile.
- Sangue nas Fezes: Diarreia ou fezes com sangue.
- Letargia: O bebê fica muito sonolento e menos ativo.
- Instabilidade Térmica: Temperatura corporal baixa ou instável.
- Apneia: Pausas na respiração.
- Celulite Abdominal: Inchaço e vermelhidão na pele do abdômen.
Diagnóstico da enterocolite necrosante
O diagnóstico da enterocolite necrosante (ECN) é feito com base em uma combinação de avaliações clínicas, exames de imagem e análises de sangue.
Avaliação Clínica: Os médicos observam os sintomas do bebê, como: distensão abdominal, dificuldade de alimentação, vômitos biliosos, fezes com sangue, letargia e instabilidade térmica.
Radiografias Abdominais: São usadas para detectar gases na parede intestinal (pneumatose intestinal) ou ar livre na cavidade abdominal, indicando perfuração intestinal.
Ultrassonografia: Pode ser utilizada para avaliar a espessura da parede intestinal e o fluxo sanguíneo.
Exames de Sangue: São feitos para verificar sinais de infecção ou inflamação, como um aumento no número de glóbulos brancos.
Diagnóstico Definitivo: Em casos raros, o diagnóstico definitivo pode ser confirmado por meio de exames histológicos de tecido intestinal removido durante uma cirurgia. No entanto, isso geralmente não é necessário, pois o tratamento é iniciado com base nos achados clínicos e de imagem.
Conclusão
A enterocolite é uma condição que envolve a inflamação do intestino, mas quando falamos de bebês prematuros, a enterocolite necrosante (ECN) é particularmente preocupante.
Esta condição grave pode levar à morte do tecido intestinal, causando complicações sérias como perfuração intestinal e infecção generalizada. Os principais sintomas incluem distensão abdominal, dificuldade de alimentação, vômitos biliosos, fezes com sangue e letargia.
As causas da ECN estão relacionadas à prematuridade, alimentação artificial e possíveis infecções. O tratamento envolve cuidados intensivos, como jejum, nutrição parenteral, antibióticos e, em casos graves, cirurgia para remover o tecido lesionado. Embora seja uma condição séria, cerca de 70% a 80% dos bebês afetados sobrevivem com o tratamento adequado.
Portanto, o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz são cruciais para melhorar as chances de recuperação dos bebês com ECN. A compreensão desses aspectos é essencial para os pais e profissionais de saúde que cuidam desses pequenos pacientes, garantindo o melhor cuidado possível e aumentando as chances de uma recuperação bem-sucedida.
As dicas não substituem uma consulta médica. Procure um profissional de saúde especializado para receber orientações individualizadas.