Educação inclusiva: um caminho para a diversidade na aprendizagem
Entenda o que é a educação inclusiva e como ela pode transformar a aprendizagem, promovendo a diversidade e a igualdade nas escolas e na sociedade.
A educação inclusiva e igualitária é parte dos objetivos globais de desenvolvimento sustentável. É uma proposta que considera que todas as crianças podem e devem estudar dividindo o mesmo espaço.
E esse objetivo só pode ser alcançado se for trabalhada em conjunto. É preciso o envolvimento da escola, da família, da comunidade do bairro e da sociedade em geral. No Brasil, a educação inclusiva já é uma realidade.
Vem com a gente entender mais sobre as jornadas de inclusão e diversidade no ensino.
O que é educação inclusiva?
Educação inclusiva é um formato de ensino que tem como objetivo a garantia do direito à educação para todos, com qualidade e sem discriminação.
Mas quem são “todos”, afinal? São também as pessoas com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades ou superdotação.
A inclusão reconhece questões sociais, étnicas, físicas, de gênero, intelectuais, sensoriais e culturais.
Dessa forma, o desenvolvimento cognitivo e socioemocional de qualquer criança é favorecido, independentemente de quem ela seja.
No ambiente escolar, a educação inclusiva prevê a igualdade de oportunidades e a valorização da diversidade, estimulando o convívio com as diferenças.
Quanto antes essa convivência começar, melhor para todos!
Fique por dentro: acesse todos os nossos conteúdos sobre educação infantil aqui
H3: Diferença entre a educação inclusiva e educação especial
Antes de saber mais sobre a educação inclusiva, vale repassar alguns conceitos.
O Ensino Regular é o sistema que engloba a Educação Básica brasileira, ou seja, o Ensino Fundamental e Médio.
Dentro deste modelo foi incorporada a educação especial, uma tentativa de integração à sociedade, com a criação de escolas especiais para pessoas com deficiência.
A educação inclusiva, por sua vez, pensa na experiência de aprendizagem de cada um, mas com todos dentro da mesma escola!
Ela vai além da deficiência e das estratégias didáticas, requer diálogo e colaboração de todos os agentes da educação, dentro e fora da sala de aula.
A importância da educação inclusiva na sociedade
A educação inclusiva contribui para uma sociedade mais justa e igualitária, impactando positivamente a vida da criança, de seus familiares e da comunidade ao redor.
Se certa parte da população é excluída do acesso à educação, o país não avança em termos sociais e até mesmo econômicos, concorda? O convívio com pessoas diferentes é um exercício para a empatia.
Além disso, contribui com o senso de coletividade, assim, mais bem-estar e qualidade de vida podem ser conquistados.
Como implementar práticas inclusivas em casa
Falar sobre inclusão em casa é a principal forma de naturalizar a diversidade humana!
Lembrando que as atitudes dos pais e cuidadores servem de exemplo em uma criação mais positiva, assim, trazer práticas inclusivas em casa é essencial para o desenvolvimento do altruísmo. Por exemplo, vocês podem:
Conversar abertamente, sem tabus
Tente entender as curiosidades da criança com relação às diferenças que ela percebe em outras pessoas.
Fale sobre a importância do respeito, o que é o preconceito e a discriminação e aborde o capacitismo.
Aos poucos, incentive o convívio e mostre que a criança pode ter grandes amizades para construir.
Convidar os amiguinhos para brincar junto
Que tal fortalecer a amizade da criançada juntando um grupo bem misturado? Chame os pequenos e seus familiares (da escola, da vizinhança ou de alguma atividade extracurricular) para um dia de diversão!
Pode ser em um piquenique, em uma tarde no parque de diversões, uma festa do pijama… existem várias possibilidades.
Assistir filmes e ler livros com personagens diversos
Representatividade é essencial na infância. Assim, a criança percebe que não há nada errado em ser diferente, trabalhando a compreensão, confiança e aceitação.
Procure por animações, filmes e histórias que mostrem a importância da diversidade.
Algumas ideias são os filmes Colegas (2012) e Extraordinário (2017), os livros Daniel no Mundo do Silêncio (de Walcyr Carrasco) e Tom, um livro sobre autismo (de André Neves) e os sempre atuais gibis da Turma da Mônica (de Maurício de Souza).
Desafios e soluções para uma educação mais inclusiva
Assim como a educação inclusiva é um direito de todos, é um dever ao mesmo tempo: é necessária a implementação de políticas públicas, uma boa gestão escolar e o envolvimento da família para a inclusão acontecer.
Neste sentido, há alguns desafios que podem ser encontrados. As soluções para superá-los envolvem:
- Diminuição de barreiras arquitetônicas na infraestrutura da escola
- Formação especializada para professores e funcionários
- Combate à discriminação e ao preconceito
- Criação de projetos pedagógicos inclusivos
- Uso de tecnologias assistivas
O diálogo é sempre um ponto de partida para buscar as mudanças almejadas na sociedade. Esteja aberto para puxar esses assuntos e demandar ações!
Educação inclusiva e tecnologia: uma parceria de sucesso
Você sabia que a tecnologia assistiva é muito usada dentro da educação especial?
Ela se refere a qualquer dispositivo ou sistema que ajude as pessoas a superarem barreiras específicas, sejam elas comunicacionais, arquitetônicas e assim por diante.
O grupo de tecnologias assistivas pode ser amplo, envolvendo recursos, estratégias, práticas, métodos e serviços para viabilizar a inclusão.
Alguns benefícios da tecnologia na educação inclusiva são:
- Maior interação entre educador e educando
- Mais comunicação entre estudantes
- Aumento da coletividade e diminuição do individualismo
- Respeito ao tempo de cada um
- Valorização de diferentes tipos de inteligência
- Estímulo do foco e concentração
- Desenvolvimento de diversas habilidades ao mesmo tempo
Livros digitais, audiodescrição, o dicionário digital de libras, sites e equipamentos para a acessibilidade são alguns exemplos de ferramentas que podem ser utilizadas.
Legislação e políticas públicas de inclusão escolar
A inclusão escolar foi formalizada no Brasil em 2008 por meio da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva.
Em 2015, nasceu a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) – uma conciliação da legislação nacional com a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Assim, o sistema de educação inclusiva foi implementado em todos os níveis e modalidades.
Em 2008, o percentual de alunos incluídos em salas regulares era de 54%.
Em 2018, dez anos depois, passou para 92%, de acordo com uma pesquisa do Datafolha, encomendada pelo Instituto Alana.
Porém, apesar do avanço quantitativo, a qualidade do ensino ainda enfrenta obstáculos.
Por isso, atualmente, o Ministério da Educação (MEC) está revisando a atual Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI) de 2008. Ficamos na torcida!
Clique aqui e confira o histórico da legislação brasileira sobre inclusão.
Falar sobre educação inclusiva nada mais é do que falar sobre o cuidado e atenção que cada criança merece no processo de aprendizado.
Com cada um fazendo a sua parte, a escola, a rua, os lugares de passeio e tantos outros podem ser acolhedores para todo mundo.
Referências
Artigos relacionados