Criança de 6 anos: transições importantes estão vindo

Introdução

Primeira mudança: os dedos de uma só mão não são mais suficientes para mostrar a idade da criança. Ela completou 6 anos! Uau!

Ok, essa é a menos significativa das mudanças da idade. Aos seis anos, transições importantes acontecem ou estão prestes a acontecer. Nosso pequeno está se transformando numa criança grande!

Aquele sorriso de dente de leite ganha uma janelinha, pode ir para uma nova escola, conhecer novos amiguinhos. E nós, mães e pais, como estamos vendo e vivendo todas essas transições? Vamos conversar sobre isso?

O desenvolvimento das crianças de 6 anos

Desenvolvimento físico médio na época do aniversário de 6 anos:

Peso: 16,87 a 26,63 kg (meninas) | 17,46 a 27,71 kg (meninos)

Altura: 108 a 125,4 cm (meninas) | 108,5 a 126,2 cm (meninos)

Horas de sono necessárias: 9 a 12h

Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria

É sempre importante destacar que estes número, valores e medidas, são indicadas a partir de uma média do que é esperado de cada criança ao longo do seu desenvolvimento, mas fatores diversos podem impactar o crescimento de cada criança, por isso, é necessária a avaliação de um pediatra para realizar qualquer diagnóstico caso a criança esteja abaixo ou acima desses valores.

Desenvolvimento cognitivo

Aos 6 anos de idade, a criança está em uma fase crucial de desenvolvimento cognitivo. Uma das principais mudanças é a consolidação da linguagem, com a criança adquirindo um vocabulário mais amplo e sendo capaz de se expressar de maneira mais clara e complexa. Além disso, ela também desenvolve a capacidade de compreender e seguir instruções mais elaboradas.

A memória também se desenvolve nessa fase, permitindo que a criança se lembre de eventos recentes e faça conexões entre diferentes experiências. Ela começa a aprender a atenção seletiva, focando sua atenção em determinadas tarefas e ignorando distrações.

O pensamento lógico também se desenvolve, permitindo que a criança resolva problemas simples e faça conexões entre diferentes informações. Ela começa a entender conceitos de causa e efeito e começa a desenvolver habilidades de resolução de problemas.

Desenvolvimento emocional

O desenvolvimento emocional das crianças aos 6 anos é um marco importante no desenvolvimento psico-emocional. Nessa fase, a criança alcança um maior controle emocional e é capaz de expressar sentimentos e emoções de forma mais precisa e articulada.

Uma das principais habilidades psico-emocionais que se desenvolvem nessa idade é a capacidade de lidar com frustrações. A criança aos 6 anos começa a compreender que nem sempre consegue o que deseja e aprende a lidar com as situações de forma mais adaptativa, desenvolvendo a resiliência.

Além disso, nessa fase da infância, as crianças começam a mostrar maior compreensão e empatia pelos outros. Elas são capazes de reconhecer e responder aos sentimentos dos outros, buscando ajudar e consolar seus pares.

Desenvolvimento comunicacional

O desenvolvimento comunicacional da criança aos 6 anos passa por grandes mudanças e apresenta características relevantes para essa fase. Nessa idade, a criança já possui um vocabulário mais amplo e consegue se expressar com mais clareza, utilizando sentenças mais complexas e estruturadas.

Além disso, a criança aos 6 anos tem um melhor entendimento da linguagem escrita, podendo ler algumas palavras simples e escrever seu próprio nome. Ela começa a entender as regras gramaticais básicas, como verbos no passado e plural dos substantivos.

Outra mudança importante é a habilidade de contar histórias de forma mais coerente e detalhada, utilizando uma sequência lógica de eventos. A criança também é capaz de se envolver em conversas mais complexas, trocando ideias e opiniões com outras pessoas.

Reunimos algumas dicas de quem já passou por isso, para ajudar nesse momento:

Espere um bom diálogo, mas não necessariamente lógico

As noções de certo e errado, de fantasia e realidade ainda podem se misturar um pouco. Mas a expressão está cada vez melhor.

Junto às mudanças comuns do período, a criança pode apresentar alguns sinais de ansiedade (compreensível, né?).

Por isso, é importante ouvirmos o que ela tem a dizer sobre o momento – e aqui a fantasia e os desenhos podem ser a forma dela se expressar. Esteja atento e não hesite em procurar ajuda na escola ou de profissionais para decifrar o que está acontecendo na cabecinha dela.

Confie pequenas tarefas

No comportamento, a criança está mais preparada para assumir pequenas responsabilidades do dia a dia: pode ajudar a colocar a mesa antes do almoço, levar o próprio prato para a pia depois e mesmo assumir a rega de uma plantinha.

Demonstre seu orgulho com essas pequenas atitudes para encorajar a prática. Claro que ainda pode ter algumas resistências, mas, com a rotina se estabelecendo, elas tendem a ser um pouco menos frequentes. (assim esperamos!).

Estimule brincadeiras com regras mais claras

No aspecto motor, as habilidades e o equilíbrio estão ainda mais desenvolvidos. Continue estimulando brincadeiras ao ar livre, com bola, desvios de obstáculos, brincadeiras com regras simples e pequenas competições com contagem de pontos.

Seu(sua) filho(a) sabe lidar cada vez melhor com regras – e gosta de criar as suas também! Aos poucos, com sua paciência para ensinar e lidar com as frustrações, ele vai entender que a brincadeira fica melhor quando é justa para todos.

O primeiro ano da escola fundamental

As crianças que completam seis anos de idade até o dia 31 de março já podem ser matriculadas no primeiro ano do fundamental. Que passo importante!

Mas vá com calma na expectativa. Diferente da antiga primeira série, essa etapa ainda não tem o objetivo de necessariamente alfabetizar a criança, mas sim de criar a base para o aprendizado futuro.

No primeiro ano, as crianças vão sendo introduzidas ao universo das letras e dos números, de forma lúdica, formando hipóteses sobre a distribuição de letras e palavras. Não tem motivo para acelerar esse processo só porque a filha da vizinha começou a ler com 5 anos.

Se seu filho ou filha completa seis anos a partir de abril até dezembro, ele ainda está na educação infantil, mas se preparando para esse grande momento!

Dica: se a pronúncia das palavras ainda não estiver clara e ainda houver muita troca de fonemas, o acompanhamento de um fonoaudiólogo pode ser indicado para reduzir as dificuldades da alfabetização que está chegando. Vale conversar com o pediatra para avaliar a necessidade.

É possível que uma mudança de escola aconteça só no ano seguinte. Se esse for o caso, você pode estimular conversas sobre a escola futura, sempre de forma positiva, criando uma expectativa feliz. Se possível, leve a criança para conhecer o espaço, a professora, o pátio e a sala de aula.

Com quantos anos cai o primeiro dente?

O primeiro dente de leite costuma cair por volta dos 6 anos, para ser substituído pelo dente permanente. Às vezes dá uma agonia de ver aquele dente molinho prestes a cair, mas é assim mesmo. Continue estimulando a mastigação e oferecendo alimentos duros normalmente, para que o processo ocorra de forma natural.

E não é porque vai cair que vamos relaxar na higiene, hein? Mesmo que seu filho já saiba escovar sozinho, vale aquele reforço depois no fio dental. Assim, diminuem os incômodos e as inflamações durante o processo.

Ainda assim, alguns pequenos sangramentos podem ocorrer no nascimento dos dentes novos. Tudo normal! Nesse caso, ofereça uma bolinha de algodão ou gaze para a criança morder por alguns minutos até cessar o sangramento.

Transmita calma para a criança e comemore junto mais essa etapa do crescimento. Além disso, uma visita ao dentista, para acompanhar o processo e avaliar a dentição futura é aconselhável para orientar pais e crianças.

Ah, e a história da fada do dente pode ser uma boa ajuda para encarar o período da “janelinha” entre os dentes com mais alegria (e sorrisos banguelas 💛).

Importância de criar uma rotina

Uma rotina estruturada traz diversos benefícios para a criança de 6 anos. Em termos cognitivos, ela auxilia na organização do pensamento, permitindo que a criança compreenda e preveja melhor as atividades e expectativas diárias. Além disso, a rotina ajuda a desenvolver habilidades de planejamento, foco e persistência, que são fundamentais para o sucesso acadêmico e profissional no futuro.

No âmbito emocional, uma rotina oferece segurança e estabilidade à criança, reduzindo a ansiedade e o estresse. Ela sabe o que esperar, o que ajuda a fortalecer sua autoconfiança e habilidades de autorregulação emocional.

Para estabelecer uma rotina eficiente, é importante definir horários regulares para atividades fundamentais, como dormir, comer e realizar tarefas escolares.

Além disso, é recomendado incluir momentos de lazer, brincadeiras e socialização, promovendo o equilíbrio entre responsabilidades e diversão. É essencial manter uma comunicação clara com a criança, envolvendo-a na criação da rotina e garantindo que ela compreenda suas expectativas.

As dicas não substituem uma consulta médica. Não deixe de consultar o pediatra de seu filho para obter orientações individualizadas.