pés de um bebê e de um adulto

Andar na ponta dos pés: é um comportamento normal? Como lidar com a criança?

Artigo
Ago 15, 2023
4mins

Saiba mais sobre a marcha na ponta dos pés, em que situações é normal e quais diagnósticos podem estar relacionados a este comportamento. Leia mais!

Baby and Me
Revisado pela equipe científica da Nestlé

A equipe científica da Nestlé é formada por nutricionistas especializados em nutrição materno-infantil, com sólida formação técnica e anos de experiência em prática clínica.

Introdução

Está se questionando se a criança ou bebê andar na ponta dos pés é normal? O Dr. Pedro Poggiali, ortopedista pediátrico CRM: 55600-MG, entrevistado pelo Nestlé Baby&Me vai te ajudar a sanar as principais dúvidas relacionadas a esse comportamento.

Além disso, ele explicou como lidar diante dessas situações e explicou o que pode ser um alerta e necessitar de alguma intervenção.

Continue a leitura e entenda mais sobre o assunto!

 

É normal a criança ou bebê andar na ponta dos pés?

O ortopedista pediátrico afirmou que sim, é um comportamento normal nos primeiros anos de vida, pois “faz parte do desenvolvimento normal da marcha e a gente considera normal andar na ponta dos pés em bebês com menos de três anos de idade e que não andam a maior parte do tempo com os pés esquerdo de vez em quando [...]”.

Além disso, o Dr. Pedro Poggiali afirma que quando a criança consegue correr e andar com os pés todos no chão, seja por vontade própria ou quando solicitado é um outro sinal de que não é necessário se preocupar.

 

Sinais de alerta: quando procurar avaliação médica

Alguns comportamentos podem ser sinais de alerta e indicativos de que é necessário passar por uma avaliação médica para que seja analisado se há alguma condição associada e que precisa de tratamento. A esse respeito, o ortopedista pediátrico entrevistado afirma:

“A família tem que estar preocupada quando o bebê ou a criança não consegue andar normalmente, quando ela anda na ponta dos pés o tempo todo ou quando ela apresenta alguma alteração neurológica, como atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.”

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Andar na ponta dos pés pode estar relacionado com outros diagnósticos?

Em algumas situações, sim. Segundo o Dr. Pedro Poggiali, atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor ou alguma outra suspeita de diagnóstico de condição neurológica podem estar relacionadas com o andar na ponta dos pés, principalmente nos casos em que a criança:

  • demorou para sentar, engatinhar, andar;
  • teve atraso de fala;
  • tem alterações sensoriais;
  • tem seletividade alimentar;
  • tem dificuldade de interação.

Dessa forma, “sempre que houver uma suspeita de atraso no desenvolvimento ou alguma condição neurológica associada, é muito importante que seja valorizado esse achado de andar nos pés. É um sinal a mais que possa estar acontecendo algum problema”, recomenda o médico.

 

Andar na ponta dos pés é sinal de autismo?

Pode ser um sinal e que pode ser confirmado a partir de análise de outros comportamentos e condições associadas. O ortopedista pediátrico explique que:

“Crianças com autismo apresentam uma maior frequência, maior incidência de marcha na ponta dos pés. E isso não significa que crianças que andam nas pontas dos pés têm autismo.”

Nesse contexto, ele explica que precisamos entender que crianças que andam na ponta dos pés possuem alguma alteração sensorial, como se a criança se sentisse incomodada ao colocar os pés por completo no chão, o que pode ser muito comum em pessoas com autismo.

Porém, somente esse comportamento não leva ao diagnóstico de autismo, o Dr. Pedro Poggiali afirma que:

“A gente vai pensar em autismo quando a criança tem um atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, atraso de fala, rigidez de comportamento ou dificuldade de interação, seletividade alimentar e outros sinais clássicos do autismo.”

 

Como lidar com a criança que anda na ponta dos pés?

Primeiramente, é necessário compreender que chamar a atenção da criança a todo instante não vai ajudá-la a parar de andar na ponta dos pés. Pedir para a criança andar com os pés totalmente no chão só é válido quando for para analisar se ela consegue, isto é, se não há alguma alteração que possa impedir a marcha correta.

O ortopedista pediátrico entrevistado complementa que:

“Se a criança não tiver nenhuma condição neurológica associada, o comportamento vai se resolver sozinho. [...] Se ela tiver contratura no tornozelo, encurtamento do tendão ou alguma causa neurológica, [...], isso provavelmente não vai se resolver. Ela precisa de tratamento e não adianta chamar a atenção da criança.”

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Conclusão

Conforme vimos, em alguns casos, o bebê ou a criança andar na ponta dos pés pode ser um comportamento normal relacionado ao desenvolvimento psicomotor. Porém, em algumas situações, com outros diagnósticos associados pode ser necessário algum tratamento ou acompanhamento de uma equipe multidisciplinar.

Por esse motivo, o conteúdo que compartilhamos tem um objetivo informativo, mas não substitui a consulta com um médico especialista. Não deixe de consultar o pediatra de seu filho para obter orientações individualizadas.

O Nestlé Baby&Me tem o compromisso de compartilhar informações relevantes e com respaldo médico, conheça outros conteúdos disponíveis que foram respondidos por médicos especialistas.

Dr. Pedro Poggiali
Dr. Pedro Poggiali
Ortopedista Pediátrico
  • Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  • Residência em Ortopedia e Traumatologia pelo Hospital Mater Dei
  • Especialização em Ortopedia Pediátrica no Hospital Pequeno Príncipe de Curitiba/PR
  • Formação com fellowship em ortopedia pediátrica nos hospitais Shirley Ryan AbilityLab e Lurie Children’s Hospital (Chicago, EUA)
  • Coordenador da equipe de ortopedia pediátrica na Unidade Betim-Contagem da Rede Mater Dei
  • Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT e da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica – SBOP

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