Uma menina com aspecto de felicidade, andando de mãos dadas com dois homens em um ambiente doméstico.

Como funciona a adoção homoafetiva no Brasil?

Pré-Concepção
Artigo
Fev 4, 2025
9mins

Entenda o panorama atual da adoção homoafetiva no Brasil, o funcionamento do processo legal, além dos desafios e avanços conquistados!

Nos últimos anos, o Brasil tem avançado em várias frentes quando se trata de direitos LGBTQIA+, e a adoção homoafetiva é um dos temas que mais tem ganhado destaque.

Se antes a ideia de famílias formadas por casais do mesmo sexo era cercada de preconceitos e desafios, hoje vemos um cenário bem diferente, com muitas conquistas e histórias inspiradoras.

Neste texto, vamos explorar como está o panorama atual da adoção homoafetiva no Brasil, como funciona todo o processo legal para esses casais que desejam formar uma família e quais são os desafios que ainda precisam ser enfrentados.

Além disso, vamos falar sobre os avanços que já foram conquistados e como isso tudo impacta a vida de muitas pessoas.

Boa leitura!

É possível a adoção homoafetiva no Brasil?

Sim, a adoção homoafetiva é possível no Brasil e está plenamente garantida pelo ordenamento jurídico.

Desde 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo, o que abriu caminho para a igualdade de direitos civis, incluindo o direito à adoção conjunta.

Em 2015, o STF reforçou esse entendimento ao reconhecer formalmente a adoção homoparental, consolidando o direito de casais homoafetivos de formarem famílias por meio da adoção.

Panorama atual da adoção homoafetiva no Brasil

A adoção homoafetiva no Brasil é um tema que vem ganhando cada vez mais espaço e visibilidade, refletindo mudanças significativas na sociedade e na legislação.

Como já citamos, desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo em 2011 e reafirmou o direito à adoção em 2015, muitos casais homoafetivos têm conseguido realizar o sonho de formar uma família.

Atualmente, não há barreiras legais para que esses casais adotem crianças. No entanto, apesar de não haver entraves legais, os desafios sociais ainda são uma realidade. Infelizmente, o preconceito persiste, e muitos casais enfrentam dificuldades por conta da sua orientação sexual.

Os números mostram um panorama positivo: as adoções por casais homoafetivos estão crescendo. Em 2023, por exemplo, 401 crianças foram adotadas por esses casais, um aumento significativo em comparação com anos anteriores. Isso demonstra que a sociedade está começando a aceitar mais essas famílias, embora ainda haja um longo caminho pela frente.

Além disso, iniciativas para promover a inclusão e o respeito à diversidade têm sido implementadas, como mudanças em documentos oficiais para refletir a pluralidade das famílias brasileiras.

Como funciona a adoção homoafetiva?

A adoção homoafetiva no Brasil funciona de forma muito semelhante à adoção por casais heterossexuais.

O primeiro passo é procurar a Vara da Infância e Juventude mais próxima. O casal deve apresentar documentos como certidão de casamento ou união estável, comprovantes de renda e residência, atestado de antecedentes criminais e relatórios médicos.

Após a entrega dos documentos, os candidatos passam por entrevistas com psicólogos e assistentes sociais. A equipe técnica avalia o ambiente familiar, as motivações do casal e o perfil da criança desejada. Essa etapa é essencial para garantir que os adotantes estejam preparados para os desafios da adoção.

Os candidatos precisam participar de um curso obrigatório previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O objetivo é preparar os adotantes para as responsabilidades e dificuldades que podem surgir no processo de adaptação da criança.

Após a aprovação na habilitação, os dados do casal são inseridos no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA). A partir daí, eles entram na fila para encontrar uma criança compatível com o perfil desejado.

Quando uma criança é indicada, começa um período de convivência supervisionado, no qual o casal e a criança se conhecem melhor. Essa etapa dura até 90 dias e é acompanhada pela equipe técnica do Judiciário.

Se tudo correr bem durante a convivência, o casal entra com a ação judicial para oficializar a adoção. O juiz analisa o vínculo formado entre o casal e a criança antes de emitir a sentença final, que inclui a emissão de um novo registro de nascimento com o sobrenome dos pais adotivos.

Desafios enfrentados por casais LGBTQIA+ no processo de adoção

Quando se fala em adoção homoafetiva, é importante reconhecer que, apesar dos avanços legais, os casais LGBTQIA+ ainda enfrentam uma série de desafios durante o processo.

Preconceito e Estigma Social: Infelizmente, o preconceito ainda é uma realidade para muitos casais homoafetivos que desejam adotar. Quando eles anunciam a intenção de adotar, muitas vezes se deparam com comentários negativos e críticas.

Algumas pessoas acreditam que ter pais do mesmo sexo pode "confundir" a criança ou impactar negativamente seu desenvolvimento. Esse tipo de discurso pode ser extremamente desgastante e desencorajador.

Resistência nos Tribunais: Embora o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha garantido o direito à adoção para casais homoafetivos, a realidade nos tribunais pode ser bem diferente.

Há relatos de decisões judiciais que são mais lentas ou rigorosas quando os adotantes são casais LGBTQIA+. Isso é especialmente comum em áreas onde o preconceito está mais enraizado, como em algumas cidades do interior.

Ansiedade pela Espera: A espera para adotar pode ser um processo longo e cheio de ansiedade, e isso se intensifica para casais homoafetivos.

A falta de informações claras e a dificuldade em encontrar grupos de apoio podem aumentar a frustração durante essa fase. É comum que casais se sintam desamparados, especialmente quando não encontram referências positivas sobre adoção em suas comunidades.

Falta de Informação e Suporte: Muitos casais LGBTQIA+ enfrentam dificuldades em encontrar informações confiáveis sobre o processo de adoção. Isso pode levar a incertezas sobre os próximos passos e aumentar a sensação de isolamento. Grupos de apoio são essenciais, mas nem todos têm acesso a essas redes de suporte.

Pressão Familiar: Além dos desafios externos, muitos casais também enfrentam resistência dentro da própria família. O medo do julgamento por parte de parentes pode ser um obstáculo emocional significativo, tornando difícil compartilhar a decisão de adotar com seus entes queridos.

Impacto psicológico e a importância da terapia

Uma mulher em um ambiente doméstico sorrindo e segurando um bebê no colo ao lado de uma menina, enquanto outra mulher está mexendo em uma panela.

Para muitos casais LGBTQIA+ que decidem adotar, a jornada é cheia de emoções, desafios e, claro, alegrias. Vamos explorar um pouco sobre como a terapia pode ajudar nesse processo e quais são os impactos psicológicos que esses casais podem enfrentar.

Adotar uma criança é uma decisão monumental, e para casais homoafetivos, isso pode vir acompanhado de uma carga emocional ainda maior.

Muitas vezes, esses casais enfrentam preconceitos e estigmas sociais que podem afetar sua autoestima e confiança. Eles podem se sentir inseguros sobre sua capacidade de serem bons pais ou mães, especialmente em um contexto onde a sociedade ainda luta para aceitar diferentes configurações familiares.

Além disso, o processo de adoção em si pode ser estressante. Desde a burocracia até as avaliações psicológicas exigidas, tudo isso pode gerar ansiedade e pressão. A vigilância sobre como eles estão criando seus filhos também pode ser mais intensa, levando a uma sensação de que precisam provar constantemente seu valor como pais.

É aqui que a terapia entra como uma ferramenta poderosa. Buscar apoio psicológico pode ajudar os casais a lidar com suas inseguranças e medos. Um terapeuta pode oferecer um espaço seguro para discutir preocupações sobre a adoção, ajudar a processar experiências passadas de preconceito e trabalhar questões relacionadas à identidade e à parentalidade.

Além disso, a terapia pode ser um ótimo recurso para preparar os casais para os desafios que podem surgir após a adoção. Conversar sobre como lidar com possíveis reações negativas da sociedade ou até mesmo com as dificuldades emocionais que a criança adotada possa enfrentar é fundamental para criar um ambiente familiar saudável.

Os terapeutas também podem ajudar os casais a desenvolver resiliência emocional, ensinando técnicas de enfrentamento que podem ser úteis ao longo do caminho. Isso inclui habilidades de comunicação eficazes, estratégias para lidar com conflitos e maneiras de fortalecer o vínculo familiar.

Impacto positivo na vida das crianças adotadas e na sociedade

O que realmente importa para uma criança é ter um lar cheio de amor e cuidado, e isso não depende da orientação sexual dos pais.

Estudos mostram que crianças adotadas por casais homoafetivos se desenvolvem tão bem quanto aquelas adotadas por casais heterossexuais. O amor e o apoio emocional são os fatores mais importantes para o crescimento saudável de qualquer criança.

Muitas crianças em abrigos estão lá por longos períodos, esperando por uma família. A adoção por casais homoafetivos oferece uma nova chance para essas crianças, tirando-as de situações de vulnerabilidade e proporcionando um ambiente familiar estável e seguro.

Além disso, casais homoafetivos costumam ter uma visão mais flexível sobre o perfil da criança que desejam adotar. Eles estão muitas vezes abertos a adotar crianças mais velhas ou com necessidades especiais, o que é fundamental em um sistema onde muitas crianças mais novas já têm famílias adotivas em potencial.

Impacto social

Considerando o impacto social, a adoção homoafetiva ajuda a desafiar estereótipos e preconceitos sobre o que constitui uma "família". Quando as pessoas veem famílias formadas por casais do mesmo sexo sendo felizes e saudáveis, isso ajuda a mudar a percepção social e a promover uma maior aceitação da diversidade familiar.

Da mesma forma, a presença de famílias homoafetivas na sociedade também contribui para a educação sobre diversidade e inclusão desde cedo.

Isso pode levar a um ambiente escolar mais acolhedor, onde as crianças aprendem a respeitar as diferenças e a valorizar o amor em suas diversas formas.

Famílias homoafetivas podem servir como modelos positivos para outras pessoas LGBTQIA+, mostrando que é possível construir uma família amorosa e bem-sucedida, independentemente da orientação sexual. Isso pode inspirar outros a seguir seus corações e lutar pelos seus direitos.

Por fim, cada vez mais, a aceitação da adoção homoafetiva pode influenciar políticas públicas que promovem os direitos das famílias diversas. Isso inclui desde melhorias no sistema de adoção até campanhas de conscientização sobre os direitos das crianças em lares homoparentais.

Conclusão

Neste texto, vimos como a adoção homoafetiva no Brasil tem avançado significativamente nos últimos anos, refletindo mudanças importantes tanto na legislação quanto na percepção social.

Com o reconhecimento da união estável entre pessoas do mesmo sexo em 2011 e a formalização do direito à adoção em 2015 pelo Supremo Tribunal Federal, muitos casais homoafetivos agora têm a oportunidade de realizar o sonho de formar uma família.

Embora o processo de adoção em si seja semelhante ao de casais heterossexuais, os desafios sociais ainda persistem. O preconceito e a resistência em algumas áreas podem dificultar a jornada desses casais, mas as estatísticas mostram que o número de adoções por casais homoafetivos está crescendo, indicando uma aceitação crescente na sociedade.

Além disso, o suporte emocional e a busca por informações confiáveis são essenciais para que esses casais possam navegar pelo processo de adoção com mais segurança. A luta pela igualdade de direitos continua, mas cada passo dado em direção à inclusão e à diversidade é uma vitória significativa.

A adoção homoafetiva não só transforma a vida das crianças adotadas, proporcionando lares amorosos e seguros, mas também contribui para uma sociedade mais justa e respeitosa. O caminho ainda é longo, mas os avanços conquistados até agora são um sinal positivo de que o amor e a família podem se apresentar nas mais diversas formas.

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